Argélia – Nigéria (Taça das Nações Africanas 2019)
O favoritismo da seleção argelina foi aumentado após cada exibição e a verdade é que a formação do norte de África é agora uma forte candidata ao título. As “Super Águias” nigerianas têm toda a legitimidade para sonhar com o acesso à decisão e o encontro adivinha-se de grande equilíbrio.
A seleção da Argélia está a rubricar uma das suas melhores prestações dos últimos anos em fases finais da Taça das Nações Africanas. Os magrebinos iniciaram a participação na prova com um pleno na fase de grupos, cortesia das vitórias alcançadas diante de Quénia (2-0), Senegal (0-1) e Tanzânia (0-3). Já nos oitavos de final, os eleitos de Djamel Belmadi haveriam de repetir a dose aplicada à Tanzânia, desta feita no embate com a Guiné Conacri e com golos apontados por Youcef Belaili, Riyad Mahrez e Adam Ounas.
O desafio de maior grau de dificuldade surgiria nos quartos de final, em encontro disputado no Suez. Os argelinos conseguiriam mesmo abrir o ativo por intermédio de Sofiane Féghouli aos 20 minutos de jogos, numa altura em que a Costa do Marfim até estava melhor no jogo. O cenário contrário sucederia na segunda parte – o crescimento dos argelinos coincidiu com o golo marfinense, apontado por Jonathan Kodjia aos 62 minutos do desafio. Até final dos 90 não se verificaram mais golos e nos 30 minutos complementares também não, pelo que a sorte das duas equipas ficou entregue à contenda das grandes penalidades. Aí, Dié atirou ao poste da baliza argelina numa altura em que já se tinham registado duas grandes penalidades falhadas, uma para cada lado, e a seleção argelina seguiu em frente.
Os argelinos têm praticado bom futebol e apresentam um invejável manancial de jogadores com ótimos recursos técnicos. Falamos de uma equipa que se sente confortável em posse e que pode muito bem erguer o troféu, contrariando as probabilidades.
Com 10 golos marcados e apenas um sofrido até então, as “raposas do deserto” esperam voltar a uma final volvidos quase 20 anos.
Sofiane Feghouli é a única duvida no 1x4x3x3 argelino.
Onze provável: M’bolhi, Zeffane, Benlamri, Mandi, Bensebaini, Guédioura, Bennacer, Delor, Mahrez, Belaili, Bounedjah
A Nigéria é uma das seleções mais bem cotadas na história do futebol africano e, dois anos depois de ter falhado o acesso à CAN, espera voltar a conseguir almejar a glória máxima com uma lista de eleitos composta por vários jovens aos quais deve ser reconhecido o devido valor como Ndidi, Chukwueze, Simon, Iwobi, entre outros.
Para chegar às “meias”, a seleção da Nigéria começou por bater Burundi e Guiné Conacri na fase de grupos, ambos os encontros por uma bola a zero, ainda sem entusiasmar. Uma vez carimbado o acesso à fase seguinte, a seleção nigeriana cairia às mãos de Madagáscar por duas bolas a zero, num encontro em que o seleccionador Gernot Rohr optou por deixar alguns habituais titulares de fora.
O segundo lugar do grupo implicou um duro confronto com a seleção dos Camarões, campeã em títulos. As “Super Águias” souberam voar bem alto à boleia de Ighalo – a Nigéria adiantou-se precisamente por intermédio do avançado que atualmente joga na China e viu a seleção camaronesa dar a volta ao placard ainda antes do intervalo, no entanto, entre os 60 e os 70 minutos, sentenciaria a partida. Ighalo voltou a marcar para estabelecer o 2-2 e ainda assistiria Iwobi para o 3-2 final, apresentando a melhor versão da equipa nigeriana naquele que foi também um dos jogos mais interessantes da prova até então.
Nos quartos de final, frente à surpreendente África do Sul, novo “boost” de confiança. Já perto do minuto 90, Ekong apontou o 2-1 que resultou na vitória da Nigéria por dois a um.
Muito se fala na Nigéria como uma das melhores equipas da CAN em termos físicos, mas reduzir esta formação a isso é muito redutor. Há muita juventude com qualidade nas “Super Águias” dispostas a reassumir o trono do futebol africano.
Onze provável: Akpeyi, COllins Omeruo, Ekong, Awaziem, Etebo, Ndidi, Iwobi, Chukwueze, Musa, Ighalo
O potencial ofensivo das duas equipas leva-nos a crer que há muito valor na possibilidade de ambas as equipas chegarem ao golo, embora a cautela que uma meia-final implica possa fazer com que o jogo esteja um tanto ou quanto “amarrado” nos primeiros minutos.