Agora que sabemos a distribuição dos Grupos podemos começar a antecipar as emoções do Mundial do próximo ano. Arriscamos dizer que o Portugal- Espanha será o jogo grande da primeiro semana de competição e que este duelo ibérico congregará milhões por esse mundo fora, em frente à televisão. O que mais podemos esperar da fase de grupos?
Grupo A: enganadoramente fácil
À primeira vista o Grupo A parece feito de encomenda para dar chances à seleção anfitriã de ir além dos grupos. Mas é enganador pensar assim. A Rússia, que como país independente, o mesmo é dizer desde o desmembramento da União Soviética, nunca foi às eliminatórias seguintes e fez sempre campanhas modestas. E esta equipa, sem grandes talentos que a recomende, nem sequer o espírito coletivo de outros tempos, vai ter que esgravatar para fazer melhor do que Uruguai e Egipto, ambas formações muito sólidas. Os sul-americanos tem em Luís Suárez e Edinson Cavani as maiores estrelas mas contam, sobretudo, com a experiência de Óscar Tabarez, que está há muito à frente da seleção nacional e fará o seu quarto Mundial. Mohamed Salah abrilhanta a formação orientada por Hector Cuper.
Grupo B: duelo ibérico
Não gosto da expressão “grupo da morte” e também não acho que seja caso para tanto. No Grupo B todos os olhos vão estar no duelo Espanha – Portugal, que marcara a estreia de ambos na competição. La Roja era uma das favas que teria que sair a alguém neste sorteio e calhou ao Campeão Europeu. Acho que a seleção portuguesa atingiu uma espécie de emancipação com a vitória em França e já todos sabemos que o pior que nos podia ter acontecido era um grupo “acessível”. Assim não haverá margem para distrações, o que encaixa como uma luva na filosofia de Fernando Santos
Grupo C: gauleses têm que justificar favoritismo
Talento não falta a esta seleção francesa e Didier Deschamps fará na Rússia o seu terceiro grande torneio internacional como selecionador gaulês. Talvez seja a sua última oportunidade para conquistar um título com esta geração. Paul Pogba está a atingir a sua maturidade – física, tática, de conhecimento de jogo – e Les Bleus bem precisam que ele assuma o papel de líder no relvado. Passar a fase de grupos é obrigatório mas a segunda vaga fica bastante em suspenso.
Grupo D: Messi-dependentes
A haver um grupo em que tudo será possível, é este. Até nos custa a conceber um Mundial sem a Argentina mas esteve quase para acontecer. Sampaoli viu-se e desejou-se para garantir a qualificação, e teve que ser Leonel Messi a fazer um hat trick in extremis para carimbar os passaportes. A Albiceleste tem os jogadores, o treinador e a experiência mas isso não a está a fazer render ao nível esperado. A Islândia estreia-se na fase final de um Campeonato do Mundo mas já conseguiu provar que o Euro não foi um golpe de sorte. Croácia é capaz do melhor e do pior.
Grupo E: pró-forma para a Canarinha
Na forma atual ninguém consegue fazer mossa ao Brasil. Haja Neymar e o resto vem atrás. Passar a fazer de grupos já é dado como garantido mas daí para baixo – Suíça, Costa Rica e Sérvia – podem ter legítimas pretensões a seguir em frente.
Grupo F: no fim ganha a Alemanha
A seleção alemã deu provas do poderio que comporta ao ir vencer a Taça das Confederações com um loto de miúdos, que em circunstâncias normais podem nem ter lugar na convocatória para o Rússia 2018. A qualificação foi feita sem mácula – dez jogos, dez vitórias – e o Campeão do Mundo tem tudo para revalidar o título: identidade de jogo, talento, equilíbrio e experiência.
Grupo G: conhecimento mútuo
Este é um grupo onde os nomes sonantes têm tudo a provar. Quando se olha para uma convocatória da Bélgica é difícil não ficar impressionado com a quantidade e qualidade dos jogadores disponíveis, começando com Courtois e terminando em Lukaku, passando por Eden Hazard e Kevin de Bruyne, mas como equipa ainda suscitam dúvidas. A capacidade para marcar golos é evidente mas é preciso contenção e regularidade para ir longe num torneio deste tipo. A jovem Inglaterra promete mas depois de várias deceções consecutivas poucos irão colocar nela as suas fixas. Vai ser interessante ver o frente a frente entre pessoas que se conhecem bem, quer como adversários, quer como companheiros de equipa.
Grupo H: Lewandowski tem que aparecer
Os polacos saíram do Euro 2016 sem derrotas, eliminados pelas Quinas nos quartos de final, na decisão por penaltis. Esta geração, capitaneada por Lewandowski, sabe que tem argumentos para ir longe e a concorrência no Grupo H não parece ser capaz de lhe criar dificuldades. O renascido Radamel Falcao deve jogar o seu último Mundial na Rússia, depois de ter falhado o Brasil devido à lesão no joelho. Pode ser que a sua energia contagie os restantes companheiros, a começar por James Rodríguez, mas na qualificação os Cafeteros não estiveram propriamente brilhantes.
Boas Apostas!