Andy Murray – Stanislas Wawrinka (World Tour Finals)

Encontro do tudo ou nada para Andy Murray e Stan Wawrinka. Não há outra opção: o vencedor segue para a semifinal, no segundo lugar do grupo Ilie Nastase, e o derrotado termina por aqui a sua passagem na O2 Arena. O escocês levou um inesperado banho de bola frente a Nadal, na ronda anterior, e acusou fortemente falta de frescura física. O suíço começou mal a partida com Ferrer mas foi capaz de reentrar no jogo e reverter um desvantagem de 5-2 para vencer o primeiro set e quebrar a confiança do espanhol. Há uma vaga para a fase seguinte das World Tour Finals disponível para o vencedor.

Para os outros tenistas presentes em Londres este é o esforço final e no máximo a partir de domingo entram de férias. Andy Murray ainda tem muito que tratar antes do merecido descanso. Na próxima semana o Reino Unido disputa com a Bélgica a final da Taça Davis e ele é a peça fundamental da engrenagem britânica. Mas antes disso tem que vencer Wawrinka para marcar presença nas meias-finais das World Tour Finals. Não há alternativa. Depois da derrota com Rafa Nadal na quarta-feira (6-4, 6-1), o escocês só se mantém em prova se bater o suíço.

No primeiro jogo Murray esforçou-se para bater David Ferrer. É consensual que o espanhol dá muita luta mas apesar de um momentâneo período de menor concentração o escocês conseguiu traduzir a sua superioridade no marcador e venceu a partida em sets diretos (6-4, 6-4). Com Rafael Nadal o encontro começou da mesma forma, com muita vontade dos dois lados – nem sempre a mesma eficácia – mas à medida que a partida avançava Murray ia baixando a intensidade e o espanhol descobrindo a sua consistência. O ex-número parece estar de volta. Pode nunca mais voltar a ser o Nadal dominador de outros tempos mas também já não é aquela sombra que questiona tudo o que sabe em court. Andy acusou muito a falta de frescura física. O britânico fez oitenta e sete encontros competitivos esta temporada (74-13), uma enormidade, e tem estado a treinar intensivamente, inclusive em terra batida, com vista à final da Davis. Em alguma altura, mesmo alguém obcecado com a preparação física, teria que apresentar quebras. Quando as coisas começam a não correr de feição tudo pode piorar rapidamente. Murray serviu muito mal: apenas trinte e sete por cento de pontos no primeiro serviço, quatro duplas faltas. Nada disto ajuda.

Stanislas Wawrinka não estava nos seus melhores dias quando defrontou Nadal na primeira ronda e o adversário aproveitou para fechar o encontro a seu favor rapidamente, sem necessidade de um terceiro set (6-3, 6-2). Contra David Ferrer o suíço também não entrou da melhor forma e o aguerrido veterano não perdeu tempo a encosta-lo às cordas. Wawrinka esteve a perder por 5-2 no primeiro parcial mas encontrou uma saída. O problema de Ferrer esta temporada tem sido o serviço. Quando corre mal corre mesmo muito mal. O primeiro ponto de set foi anulado com uma dupla falta do espanhol e com ele também se foi a confiança do tenista espanhol. Ao ceder a vantagem e o set com esses erros ficou abalado e o segundo set foi uma oportunidade para Wawrinka exibir o seu domínio (7-5, 6-2). Ao fim de uma hora e meia a sorte de Ferrer na prova estava determinada e o suíço mantinha em aberto a possibilidade de chegar à semifinal. Basta – é modo de dizer – que vença o número dois do mundo.

2014	Abu Dhabi	Murray	2		6	6
		Wawrinka	0		3	4
2013	US Open	Wawrinka	3		6	6	6			QF
		Murray	0		4	3	2
2013	Monte Carlo	Wawrinka	2		6	6				R16
		Murray	0		1	2
2012	Tokyo (Open do Japão)	Murray	2		6	3	6			QF
		Wawrinka	1		2	6	2
2012	Jogos Olímpicos Londres	Murray	2		6	6				1R
		Wawrinka	0		3	3

Murray e Wawrinka defrontaram-se por quinze vezes e o escocês leva vantagem com nove vitórias contra cinco do suíço. Mas nos últimos anos o equilíbrio tem sido a nota dominante. Stan, nos dias bons, pode roubar os holofotes até a Djokovic; Andy, em forma e concentrado, tem todas as condições para seguir em frente. Duvido que isto se resolva apenas em dois sets.