Andy Murray – Juan Martin del Potro (Roland Garros)
O número um mundial passou por provações mas conseguiu ultrapassar Martin Klizan ao fim de mais de três horas e meia. Mas Andy Murray logo reconheceu que para vencer Juan Martin del Potro ia ter que jogar muito melhor. As imagens do argentino a confortar Almagro, que foi forçado a abandonar, correram e emocionaram o mundo. Mas não podemos esquecer que antes da lesão do espanhol tinha sido Del Potro a pedir um tempo médico. Murray não está a cem por cento mas, pelos vistos, Delpo também não.
Pela segunda vez nesta edição do Roland Garros o número um mundial viu-se forçado a um quarto set. Já tinha acontecido na primeira ronda, frente ao russo Andrey Kuznetsov (6-4, 4-6, 6-2, 6-0). Mas ontem a situação repetiu-se, com a agravante de Martin Klizan (6-7, 6-2, 6-2, 7-6) demonstrar mais recursos para contrariar o britânico. O encontro só ficou decidido no tie break mas aí chegados Andy Murray foi nitidamente mais forte. Foi evidente a frustração e a violência das emoções do escocês em court. Dou de barato que o ruído das bancadas – no caso um bebé a chorar convulsivamente – ou as camaras que pairam sobre os jogadores em court podem ser muito perturbadores no ténis. Mas a reação de Murray só vem evidenciar que não estava a conseguir explanar o seu jogo. Ainda assim, o tenista conseguiu retirar desta ronda aspetos positivos. Para começar, sublinhou o aspeto da superação física.
Murray tinha algum receio que o prolongar da partida o deixasse desgastado mas na reta final sentiu-se capaz e foi, como já disse, assertivo. Também reconheceu que sente evolução relativamente ao que estava a produzir há duas semanas, o que significa que é para continuar a confiar no método de trabalho. No ano passado, Murray foi à final, ganha por Novak Djokovic (3-6, 6-1, 6-2, 6-4).
Juan Martin del Potro regressou a Roland Garros ao fim de cinco anos de ausência. Dois deles passados no sofá, a pensar que talvez nunca mais pudesse jogar ténis, muito menos ao mais alto nível. Portanto, ninguém melhor que ele sabe como um tenista fica destroçado quando percebe que o corpo o trai. Quando Nicolas Almagro se deixou cair no court, quando a partida estava absolutamente empatada (6-3, 3-6, 1-1), o argentino apressou-se a ir ao encontro do opositor para o confortar. E continuou a fazê-lo mesmo depois de ambos abandonarem o terreno de jogo.
O espanhol, que já tinha dito que estava a jogar com o joelho infiltrado, percebeu que a articulação não dava mais. E assim, Del Potro passa à terceira ronda do Major parisiense. Mas o momento dramático quase faz esquecer que pouco antes tinha sido o argentino a pedir um tempo médico, indicando que estava a sentir limitações físicas. Esperemos que o dia de intervalo sirva para a recuperação necessária. Na primeira ronda Del Potro tinha vencido o compatriota Guido Pella (6-2, 6-1, 6-4), também em sets diretos. Pelo menos nesse aspeto tem tido menor desgaste que o escocês, o que não é de menosprezar numa torneio com duas semanas de duração.
2016 | Taça Davis | Del Potro | 3 | 6 | 5 | 6 | 6 | 6 | |
Murray | 2 | 4 | 7 | 7 | 3 | 4 | |||
2016 | J.O. Rio de Janeiro | Murray | 3 | 7 | 4 | 6 | 7 | F | |
Del Potro | 1 | 5 | 6 | 2 | 5 | ||||
2013 | Masters de Indian Wells | Del Potro | 2 | 6 | 6 | 6 | QF | ||
Murray | 1 | 7 | 3 | 1 |
Andy Murray venceu Juan Martin del Potro na final dos Jogos do Rio de Janeiro para reclamar a segunda medalha de ouro olímpica. Mas foi batido pelo argentino no duelo individual da Taça Davis. Se ambos estiverem fisicamente capazes, este tem tudo para ser um dos grandes embates da terceira ronda. Quem seguir em frente terá, em teoria, uma ronda mais acessível nos oitavos de final, frente ao vencedor do encontro entre Isner e Khachanov.