Andy Murray – Fabio Fognini (ATP Masters Roma)
Andy Murray começa da defender o título no Foro Italico ao final desta terça-feira, frente a um homem da casa. Fabio Fognini, um especialista na terra batida, espera aproveitar as dificuldades que o escocês tem sentido na superfície esta temporada. Mas o Masters de Roma tem sido um terreno complicado para o italiano, que já chegou a sair do court sob coro de assobios.
Um dia depois de ter feito trinta anos, Andy Murray começa a defesa do título no Internazionali BNL d’Italia. Há um ano o escocês venceu na partida do título Novak Djokovic (6-3, 6-3), para conquistar o seu primeiro troféu na Cidade Eterna.
Esta época está a ficar aquém das expetativas para o tenista britânico, que até à data só venceu o ATP do Dubai, na primeira semana de março, às custas de Fernando Vedasco (6-3, 6-2). Claro que podemos sempre argumentar que em 2016 o Masters de Itália também foi o primeiro grande troféu para Murray, que daí em diante esteve presente em todas as finais dos torneios em que participou até à final de Londres, à exceção do Roland Garros, conquistando oito eventos de topo. É certo que maio foi o ponto de viragem – aquele em que bateu o sérvio e começou a trabalhar ativamente para o destronar da liderança do ranking – mas mesmo até aí o escocês estava consistentemente no topo das suas capacidades. Ainda é cedo para declarar esta temporada uma desilusão, sim, mas a partir daqui Murray começa a defender uma enormidade de pontos que poderão por em causa o número um mundial.
Depois de ter parado para resolver as lesões que o incomodavam, Andy Murray ainda não conseguiu retomar a melhor forma. A terra batida em particular, que nunca foi o seu terreno preferencial mas que tinha aprendido a domar, está a ser uma fonte de frustração. Em Monte Carlo caiu nos oitavos de final, derrotado por Albert Ramos Vinolas (2-6, 6-2, 7-5) e em Barcelona foi afastado na meia-final por Dominic Thiem (6-2, 3-6, 6-4), depois de estar a vencer o terceiro parcial por 4-0. Mas o grande choque foi a cedência frente a Borna Coric em sets diretos (6-3, 6-3), na terceira ronda do Mutua Madrid.
Fabio Fognini reconhece que é uma boa altura para defrontar o número um mundial. Ao seu jeito, o italiano vai libertando o veneno, dizendo que em terra batida o escocês estás uns furos abaixo de Djokovic. É verdade, mas também é a forma de Fognini mexer com a confiança de Murray.
É um facto que o tenista italiano é um especialista na superfície e que, num dia bom, tem talento para fazer a vida negra a qualquer adversário do circuito, incluindo os de topo, Nadal que o diga. O problema são as oscilações ao longo da partida, que o mais das vezes acabam por custar caro.
No entanto, Fognini não tem sido particularmente feliz a jogar diante do público romano. O melhor resultado no For Italico foram os oitavos de final há dois anos, onde foi eliminado por Berdych e o próprio reconhece nunca ter conseguido esquecer o ter sido saído de court sob um coro de assobios vindos das bancadas quando estava no top-20.
Em Monte Carlo, Budapeste e Munique, o tenista italiano, vigésimo nono do ranking, caiu à primeira tentativa. Em Madrid conseguiu progredir até à segunda ronda, deixando para trás João Sousa (6-4, 6-4). Mas na etapa seguinte apanhou Rafa Nadal (7-6, 3-6, 6-4) pela frente. Ainda assim, foi o único adversário a roubar um parcial ao espanhol na terra batida da Caja Mágica.
2016 | J.O. Rio de Janeiro | Murray | 2 | 6 | 2 | 6 | R16 |
Fognini | 1 | 1 | 6 | 3 | |||
2014 | ATP Valencia | Murray | 2 | 6 | 6 | R16 | |
Fognini | 0 | 2 | 4 | ||||
2014 | Taça Davis | Fognini | 3 | 6 | 6 | 6 | |
Murray | 0 | 3 | 3 | 4 |
Murray leva vantagem, mínima, no histórico de confrontos com Fognini: três vitórias para duas. O último embate aconteceu no ano passado, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.