Há que dar atenção aos Atlanta Hawks, conjunto que, por estes dias, lidera com alguma folga a Conferência Este da NBA. Mais impressionante é pensar que, depois de um verão onde Atlanta foi falada como possível destino para alguns dos Agentes Livres da NBA, a verdade é que a cidade foi repetidamente ignorada pelos candidatos que procurava. Para os Hawks vinha sendo complicado abandonar a ideia de que são um pequeno mercado no grande aquário do basquetebol norte-americano, apesar das enormes tradições que o estado da Geórgia tem, não só no basquetebol profissional, como também no basquetebol universitário. Os últimos anos habituaram-nos a olhar os Hawks como uma equipa mediana, que gastava imenso dinheiro numa estrela como Joe Johnson e não poderia nunca ambicionar a lutar por um título. No entanto, Johnson faz parte da história e a construção dos Hawks acabou por encontrar uma nova direção, inspirando-se num modelo de equipa mais solidária, ausentes as grandes estrelas, mas com um nível muito alto em várias posições, para além de alguma inspiração europeia em recentes escolhas do Draft.
Quanto vale Jeff Teague?
Aos vinte e seis anos, Jeff Teague tem tido um crescimento sólido na Liga, onde cumpre a sua quinta temporada. O seu aspeto franzino e a ideia de fragilidade física não dizem nada daquilo que Teague pode ser. Para além de ser um jogador bastante resistente, tendo perdido apenas cinco jogos nas últimas duas temporadas, Teague faz já a sua quarta temporada com uma média de tempo de jogo acima dos trinta minutos por partida. Ofensivamente, Teague tem vindo sempre a melhorar, sendo agora um jogador bastante mais importante, também, na forma como defende e no aproveitamento que faz do seu tiro de longa distância.
Para além disso, Jeff Teague vem-se assumindo como uma referência dentro da equipa, buscando e alimentando a ideia de que pode ser o líder do conjunto. Esse facto tem servido para libertar o talento de Paul Millsap e Al Horford, dois excelentes executantes que, ao longo da sua carreira na NBA, pareceram sempre algo assombrados pela necessidade de assumirem mais responsabilidades. Talvez esse seja, mesmo, o grande passo dado por Teague a favor da sua equipa. Puxando para si os focos dentro de campo, oferece mais espaço para os seus colegas brilharem.
O toque europeu
Os Hawks vão ainda assumindo um perfume europeu, com os seus três principais elementos da rotação a sair do banco a terem nacionalidades europeias. Dennis Schroder é um base alemão que já provou, este ano, ter condições para poder sonhar em ser um base titular na Liga, tendo vindo a crescer na sombra de Jeff Teague para ser, no imediato, o seu duplo no plantel. Thabo Sefolosha, o suíço, é uma espécie de relógio defensivo na NBA, onde, aos 30 anos, é visto já como um elemento de grande experiência. Dentro de campo, tem sido importante na forma como sabe controlar os tempos de jogo e parar o adversário. Finalmente, Pero Antic terá sido das escolhas mais questionadas dos Hawks, já que o montenegrino é um jogador interior sem a capacidade física para se impor na NBA. No entanto, a sua mobilidade e atitude em campo levaram-no a conquistar o seu espaço e a tornar-se numa referência da rotação dos Hawks, cada vez mais crentes de que poderão atingir um título de Conferência, algo que a franquícia nunca alcançou desde que se mudou para Atlanta.