Alexander Zverev – John Isner (ATP Masters Roma)
Aos vinte anos Alexander Zverev chegar pela primeira vez à meia-final de um Masters. Mais um patamar cumprido pelo alemão numa carreira que se adivinha de topo. Mais uma exibição muito segura e consistente fê-lo ultrapassar Milos Raonic, em sets diretos. A experiência deve tê-lo preparado para enfrentar agora outro dos gigantes do circuito, que tem no saque a sua maior arma. John Isner perdeu os dois confrontos com o Zverev mais novo.
Alexander Zverev não pareceu particularmente deslumbrado por ter garantido presença na primeira meia-final de um torneio da série Masters 1000. É um passo mais em direção ao topo do alemão de vinte anos. Zverev está só a começar a evolução no circuito profissional, presumindo que terá mais de uma década pela frente ainda, mas a progressão tem sido impressionante. Não apenas pelo talento. Já vimos vários tenistas da nova geração a aparecer com qualidades muito interessantes. O difícil é continuar a crescer, depois de romper o grupo restrito dos consagrados. Mas o que mais me impressiona no mais novo dos Zverevs é a regularidade e a compostura em court, talvez o mais difícil de conseguir quando se tem vinte anos de idade e muito talento. O mais comum é querer brilhar e a frustração de se ter que bater contra muitas paredes até voltar a ganhar com regularidade.
Alexander Zverev já tinha feito uma exibição muito adulta frente a Fabio Fognini (6-3, 6-3), nos oitavos de final. O embate com Milos Raonic antevia-se complicado. O canadiano tem muito mais experiência e aquele serviço pode provocar sérios danos. Mas mais uma vez o tenista mais jovem foi tremendamente consistente. Os números do saque explicam muita coisa. Zverev meteu setenta e sete por cento de primeiros serviços, conquistando setenta e quatro por centos dos pontos com ele, cinquenta e sete com o segundo serviço. Já o primeiro serviço de Raonic não estava a entrar – só cinquenta e quatro por cento entraram – e as estatísticas subsequentes sofreram um efeito dominó. Depois de perder o primeiro set no tie break o canadiano não se voltou a reerguer.
Apesar de ser doze anos mais v
elho que Zverev, a meia-final do Masters 1000 de Roma também é uma estreia para John Isner. Aliás, o norte-americano conhece muito bem o “miúdo” e os dois eram parceiros de treino regulares em Saddlebroock. O número vinte e quatro do ranking ATP só tinha feito duas partidas em terra batida antes de vir para Roma. Em Houston bateu Leonardo Mayer (6-7, 7-6, 6-3) antes de ceder frente ao compatriota Ernesto Escobedo (7-6, 6-7, 7-6). Mas no Internazionali BNL d’Italia Isner foi responsável pela eliminação de vários especialistas na superfície. Já deixou pelo caminho Albert Ramos Vinolas (6-7, 7-6, 6-1), Florian Mayer (7-6, 7-6), Stan Wawrinka (7-6, 6-4) e, por fim, Marin Cilic (7-6, 2-6, 7-6). O jogo dos quartos de final, com o croata, durou mais de duas horas e meia. Como se esperava o serviço dominou por completo o jogo. O norte-americano venceu o primeiro e terceiro sets no tie break, depois de se aguentar na alternância dos serviços. No segundo parcial teve uma quebra muito acentuada. Apensar de colocar noventa e um por cento dos primeiros serviços, que é um número esmagador, só converteu praticamente metade em pontos.
| 2017 | Masters de Miami | Zverev | 2 | 6 | 7 | 7 | 3R |
| Isner | 1 | 7 | 67 | 6 | |||
| 2016 | Masters de Xangai | Zverev | 2 | 6 | 6 | 1R | |
| Isner | 0 | 4 | 2 |
Zverev venceu os dois confrontos anteriores que teve com Isner, ambos em Masters de piso rápido.
