Ao intervalo do encontro entre Alemanha e Suécia, o marcador assinalava um resultado favorável aos eleitos de Janne Andersson, situação que ditava a eliminação da campeã do mundo em título já na fase de grupos deste Mundial 2018. A reação germânica no segundo tempo permitiu “arrancar” um triunfo por duas bolas, ficando em boa posição para assegurar o acesso à próxima fase. No derradeiro duelo com a Coreia do Sul, a Alemanha está obrigada a vencer.

Foto: "EPA/RONALD WITTEK"

Foto: “EPA/RONALD WITTEK”

Ao padecer do mesmo mal que afetou as seleções de Itália e Espanha nas últimas duas fases finais de campeonatos do mundo, certames aos quais chegaram com estatuto de campeãs do mundo, a seleção alemã perdeu na estreia em solo russo frente ao México por uma bola a zero. Joachim Low não surpreendeu ao optar pelo 1x4x2x3x1: Na baliza, principal ponto de discórdia nesta seleção germânica, Neuer mereceu a confiança de Low em detrimento de Ter Stegen apesar da longa ausência. No quarteto defensivo, Plattenhardt, Hummels, Boateng e Kimmich assumiram funções. Khedira, Kroos e Ozil no setor intermediário, este último mais no apoio ao avançado Timo Werner, e Draxler e Muller pelas alas.

No segundo desafio, apesar de ter mantido a organização estrutural, Low mexeu nas peças: “sacrificou” Plattenhardt e lançou Hector, abdicou de Hummels e levou Rudiger a jogo e, no meio-campo, Rudy surgiu ao lado de Toni Kroos, preterindo ainda de Ozil para dar lugar a Marcos Reus, jogador que finalmente está a representar a Alemanha numa fase final de uma grande competição depois de ter falhado as últimas devido a lesão.

A necessidade de ganhar o segundo desafio fez com que a seleção alemã adoptasse outro tipo de abordagem ao jogo, muito menos expectante que no duelo com o México: procurou “sufocar” o adversário desde os primeiros instantes, jogando com o bloco subido e gerindo a posse no meio-campo contrário à procura de um passe de rotura que pudesse demonstrar organização defensiva contrária ou de uma boa oportunidade para alvejar a baliza de longe. No entanto, a seleção alemã não esteve ao seu melhor nível em termos de circulação – apesar da taxa de sucesso na ordem dos 89 por cento em termos de passe – e, à conta da sua estratégia algo “suicida”, sujeitou-se a pelo menos duas situações que gostaria de ter evitado a todo o custo – na primeira Neuer, soube responder e os suecos ficaram a clamar pela marcação de uma grande penalidade; na segunda, numa altura em que a Alemanha estava reduzida a dez dado que Rudy se encontrava ser assistido, Ola Toivonen inaugurou o marcador a favor da equipa sueca.

Obrigado a mexer, Low fê-lo logo aos 45 minutos e colocou um “homem de área” para lutar com os defesas contrários e abrir espaços: Mario Gomez. O primeiro golo surgiu em boa altura por intermédio de Reus, logo a abrir a segunda parte, e o segundo surgiria já ao “cair do pano”, graças a um grande golo de Kroos.

Segue-se a Coreia do Sul

O triunfo em si e a forma como foi conquistado contribuem decisivamente para o aumento da confiança nas hostes alemãs, até porque a imprensa não poupou críticas ao desempenho da campeã do mundo frente ao México. No entanto, Joachim Low sabe que não pode “assobiar para o lado” depois destes primeiros 180 minutos no Mundial 2018: a equipa alemã está a sentir muitas dificuldades em materializar o seu maior ascendente ofensivo com Timo Werner como única referência de área e, pior que isso, tem falhado mais que o habitual em termos defensivos. A seleção da Coreia do Sul é muito inferior a esta equipa alemã, mas tem a sua principal virtude nas saídas rápidas para o ataque e a seleção germânica precisa de melhorar em transição defensiva. Um teste que, desse ponto de vista, poderá ser importante para os alemães antes da fase a eliminar.

Boas Apostas!