Alemanha – Espanha (Liga das Nações)

O futebol de seleções está de volta e há duelo de titãs no grupo 4 da Liga das Nações da UEFA. Alemanha e Espanha, nações que querem estar pela primeira vez na “final-four” da competição, medem forças esta quarta-feira (3) na cidade de Estugarda.

Análise Alemanha

A seleção alemã inicia a sua campanha nesta Liga das Nações frente aquela que à partida será a sua principal concorrente no que concerne à luta pelo acesso à “final-four” da competição – Ucrânia e Suíça são as outras duas nações que integram o grupo. A participação nesta prova está longe de ser uma obsessão para os germânicos que a encarar, atendendo ao atual contexto, sobretudo como mais uma oportunidade para preparar a participação no Euro 2020 (adiado para 2021). Nessa medida, sem poder contar com as figuras do Bayern de Munique Neuer, Kimmich, Goretzka, Gnabry e Muller, Joachim Low poderá aproveitar esta competição para testar novas soluções e integrar jogadores que poderão vir a fazer parte do futuro da seleção de modo regular. Ainda assim, talento não falta numa convocatória na qual constam nomes como o de Kai Havertz, Timo Werner, Neuhaus ou Brandt, liderados por Toni Kroos, provavelmente a principal figura chamada por Low.

Os jovens alemães olham para este encontro como uma ótima oportunidade para mostrarem serviço a Low. Determinados a constarem nas escolhas para o Euro 2020, os jogadores eleitos vão levar o desafio bem a sério, ainda que estejam longe da melhor forma tendo em conta que estamos numa fase precoce da temporada, ainda para mais na sequência de uma época com contornos atípicos. Independentemente das escolhas, mesmo sem contar com a experiência e virtuosismo de algumas das suas principais referências, uma coisa é certa: esta Alemanha tem mais que capacidade para se exibir a alto nível frente à Espanha.

Onze provável: Leno, Kehrer, Sule, Ginter, Gosens, Gundogan, Kroos, Havertz, Brandt, Sané, Werner

Análise Espanha

Ao olharmos para a convocatória da seleção espanhola, é facilmente percetível que Luis Enrique (de volta ao comando de “La Roja”) adotou uma abordagem idêntica à de Low, talvez até de forma mais flagrante. A renovação da seleção é um objetivo assumido pelo próprio seleccionador e esta convocatória, com a inclusão de vários jovens que poderão vir a fazer parte do futuro, reflete isso mesmo. Pau Torres, Eric García, Mikel Merino, Dani Olmo, Óscar Rodríguez, Ansu Fati e Fernan Torres são alguns dos talentosos jovens que constam na lista de Enrique, treinador que já sabe que não vai poder contar com a “besta” do Wolves Adama Traoré, uma vez que o atleta testou positivo à COVID-19. Em vésperas do jogo, o seleccionador espanhol reforçou a confiança na equipa ao afirmar que “se o Europeu fosse disputado amanhã, esta seria a sua equipa”, palavras que certamente terão caído bastante bem no seio de um grupo apostado em legitimas estas declarações. De resto, a renovação não se faz só através da introdução de sangue novo mas também em termos de jogo e isso tem sido algo notório nos últimos jogos da Espanha, sempre privilegiando a posse, mas num registo diferente, com dinâmicas e nuances distintas daquelas que marcaram o jogo de “La Roja” no seu período recente de maior sucesso.

Onze provável: Kepa, Navas, Sérgio Ramos, Llorente, Reguilón, Busquets, Ruiz, Thiago, Gerard Moreno, Asensio, Rodrigo

Dica de Prognóstico

Apesar das ausências de algumas figuras na seleção alemã e da juventude que consta na convocatória espanhola, há muito talento de ambos os lados. Os jovens germânicos e espanhóis de tudo farão para provar que podem constar nas escolhas dos seleccionadores e a possibilidade de as duas equipas marcarem deve ser tida em consideração.