A três jornadas do fim do Championship, o Wolverhampton garantiu a subida à Premier League. Um grande momento para o clube inglês que passou seis anos difíceis, arredado do primeiro escalão. Este ressurgir dos Wolves tem dedo, cabeça e muitos pés portugueses. Mas este é só um passo, ainda que gigantesco, num regresso que se pretende sustentável.

Wolves com dedo português

O empate do Fulham garnte a subida mas os Wolves querem vencer o Championship.

O empate do Fulham garnte a subida mas os Wolves querem vencer o Championship.

O Wolverhampton garantiu a subida mesmo antes de jogar, este fim de semana. No sábado, o Fulham, terceiro classificado do Championship, empatou em casa com o Brentford nos instantes finais. No dia seguinte o conjunto que lidera o segundo escalão inglês cumpriu o seu papel, batendo o Birmingham City (2-0), com golos de Diogo Jota e Benik Afobé. Aconteça o que acontecer nas últimas três jornadas, um dos dois primeiros lugares do Championship já não escapa aos Wolves. Cardiff, Fulham e Aston Villa terão que lutar pela outra vaga de promoção automática.

É um momento especial para o clube, que há seis temporadas se viu relegado e fez uma travessia do deserto que o levou, inclusive, à League One. Esta não é a primeira tentativa que o Wolverhampton faz de voltar à Premier League. Walter Zenga e Paul Lambert foram contratados para esse efeito. Mas foi só com a vinda de Nuno Espírito Santo, que o projeto sustentado pela Gestifute ganhou o andamento desejado. Há dedo, cabeça e muitos pés portugueses por detrás desta aventura. Neste momento, há sete elementos no contingente português, oito se incluirmos Jorge Mendes. E há ainda aqueles que conhecemos por terem passado pelo campeonato português, como Willy Bolly ou Léo Bonatini. Rúben Vinagre e Diego Jota estão cedidos, pelo Mónaco e Atlético de Madrid, respetivamente. Roderick Miranda, Hélder Costa, Ivan Cavaleiro e Rúben Neves têm vínculo com o clube. O médio formado no FC Porto foi o maior investimento dos Wolves, o cérebro e a estrela do conjunto. Ainda há dias marcou um golaço de meia distância que se tornou viral. Mesmo com a subida assegurada, Neves diz que a equipa ainda tem que se concentrar para cumprir o que resta do objetivo: os Wolves querem ser campeões do Championship!

Rúben Neves é a estrela da equipa e o médio português já justificou o investimento.

Rúben Neves, a estrela da equipa, já justificou a aposta e o investimento feito no verão passado.

Nuno Espírito Santo tem sido muito elogiado pela capacidade que teve em chegar, ver e vencer. Ou seja, muitos esperavam que o treinador português precisasse de tempo para se aclimatar às especificiadades do Championship, uma liga com muitos jogos, fisicamente muito exigente. Mas o grupo reagiu bem às metodologias de NES, mesmo os elementos mais estabelecidos no clube, e o bom ambiente do balneário é uma das características que todos os intervenientes realçam para o sucesso desta temporada.

Preparar o futuro

Enquanto os jogadores continuam focados na conquista do título, aqueles que tomam as decisões, do treinador à direção, passando pelo omnipresente Mendes, já estão a planear o que se segue. O plantel montado como um puzzle, cheio de talento jovem, funcionou na perfeição para o Championship, mas a Liga Inglesa é de outro nível. E o propósito sempre foi recolocar o clube lá e mantê-lo, não para entrar no sob e desce. Rúben Neves já disse que quer ficar no clube e a cedência de Jota deve tornar-se vínculo efetivo no fim da temporada, mas é mais uma verba importante. A verdade é que um terço dos elementos relevantes do plantel está emprestado e aí entra a capacidade da Gestifute para fazer render o portfólio.

Boas Apostas!