Com todo o respeito com o Steaua, quem não tem capacidade para se superiorizar à formação romena não tem nível da Liga dos Campeões. A primeira mão em Alvalade devia servir para ganhar uma vantagem confortável mas o Sporting, e Jorge Jesus em particular, puseram-se a jeito com uma abordagem errado ao jogo. O Olympiacos apanhou um susto mas recuperou. O Astana apanhou cinco do Celta em Glasgow.
Meu caro Bruno Fernandes
Se as ideias fixas de Jesus custarem a Champions ao Sporting ele será um treinador a prazo.
O Sporting não se pode queixar do adversário que lhe saiu em sorte no play-off da Liga dos Campeões. Dentro das opções, o Steaua Bucareste era dos mais acessíveis. O que se esperava da partida de terça-feira, em Alvalade, era que os Leões aproveitassem o jogo caseiro para marcar dois ou três golos que servissem de almofada para uma deslocação pacífica à Roménia. O que não estava nos planos de ninguém era um empate a zeros, mastigado e frustrante. Assim, os leões estão obrigados a ir marcar a Bucareste. É possível, claro, mas para quê complicar?
A primeira surpresa veia na forma de bluff: Fábio Coentrão passou num par de horas de não convocado a titular. A desilusão veio quando se percebeu que, mais uma vez, Bruno Fernandes ia ficar no banco. Mesmo com William Carvalho de fora, por castigo, enquanto a sua saída se oficializa, o médio português que o Sporting foi buscar a Itália, não calça. E porquê? Porque Jorge Jesus tem uma ideia que não serve à equipa nem se adequa aos jogadores disponíveis. Rodrigo Battaglia parece ter até saído melhor do que a encomenda mas a insistência de jogar Adrien a 8, quando ele não tem esse rasgo criativo para alimentar os homens mais adiantados, não funciona. O resultado prático foi um nulo extremamente frustrante frente a um adversário que sendo combativo não devia estar na frente da eliminatória. E na prática, está.
Rijeka mete o pé na porta
O Olympiacos não ganhou para o susto. A jogar no Pireu, o campeão grego estava a perder quando entrou na última meia hora da primeira mão. A equipa croata inaugurou o marcador a quatro minutos do intervalo, por intermédio de Héber dos Santos e aguentou a vantagem durante um longo período. Odjidja-Ofoe fez o empate aos sessenta e seis mas só nos descontos Alaixys Romao conseguiu a reviravolta. Imagino o peso que saiu de cima de Besnik Hasi e seus homens. Ainda assim, o Rijeka já mostrou que está determinado a lutar pela qualificação. Para mim, este será um dos jogos mais imprevisíveis da segunda mão deste play-off.
Depois de uma noite perfeita em Glasgow o Celtic só tem que de ir a jogo no Cazaquistão para seguir em prova.
Celtic esmaga Astana
O Celtic goleou a equipa cazaque na quarta-feira, em Glasgow (5-0), com o Astana a contribuir com dois dos cinco golos da contagem dos escoceses. Os visitantes desmancharam completamente, perante o caudal ofensivo da formação de Brendan Rodgers. Todas as evidências dizem que o Celtic tem a passagem garantida à fase de grupos da Liga Milionária. Mas não deitem os foguetes para já. Qualquer equipa de Rodgers é capaz desta vertigem concretizadora, nisso ele é mesmo muito bom. E quando embalam e as bolas começam a entrar, são demolidores. Mas as suas equipas não estão concebidas para defender. E podem sofrer desaires com a mesma facilidade. É praticamente impossível o Astana, de quem se esperava bem mais na Escócia, reverter agora uma mão cheia de golos. Mas eu não desvalorizou o talento especial do Celtic para dar tiros no pé.
Boas Apostas!
