Era uma despedida anunciada, tendo em conta os números que Kobe ia somando na presente temporada da NBA. No momento em que o torna oficial, o craque dos Lakers transforma a época num adeus prolongado e emocional, preparando o palco para a sua vida depois de deixar de ser jogador. Apesar de estar longe do seu melhor, a verdade é que será sempre lembrado pelo que de bom fez ao longo da sua carreira.
Um peso retirado dos ombros
Kobe Bryant pode finalmente respirar fundo. Ele próprio o diz, que poderá divertir-se no que resta do campeonato, pela forma como se sente relaxado, depois do anúncio feito. A verdade é que depois da frustração das primeiras semanas, não restava outra opção a Kobe Bryant. Já incapaz de levar a equipa dos Lakers às costas, Kobe não tinha à sua volta, também, um contexto que o fizesse sacrificar-se mais – a verdade é que não há propriamente um objetivo em Los Angeles que não seja o de esperar para atacar o mercado assim que o contrato de Bryant expire.
O futuro dos Lakers será escrito sem Kobe, mas os últimos vinte anos têm a marca de uma personalidade que marca o seu tempo e serve de inspiração a muitos os que vivem o basquetebol como uma autêntica missão na sua vida. Assim foi Kobe. A determinação e orgulho que colocava em cada momento de jogo fez dele um lutados, muitas vezes incompreendido, muitas outras justificadamente criticado, porque a sua cegueira pelos números o fez esquecer, a intervalos, a importância da equipa para obter títulos. Mas a verdade é que Kobe Bryant os conseguiu e abandonará a NBA como um dos seus jogadores mais vencedores.
Da Europa ao clube do coração
Filho de um jogador de basquetebol profissional, Kobe Bryant passou parte da sua infância na Europa, onde se começou a formar enquanto jogador. Foi em Itália que teve as suas primeiras experiências de jogo, tendo também experimentado o futebol, mas o seu nome entra no radar do basquetebol norte-americano quando, regressado ao seu país, começa a brilhar no Liceu de Lower Merion. Seguindo o exemplo de Kevin Garnett, um ano antes, Bryant optou por não passar pela Universidade e, em 1996, assinou pelos Lakers, ainda que tenha sido escolhido no Draft pelos Charlotte Hornets, que haviam cedido a sua escolha em troca prévia com a equipa de Los Angeles.
Nos primeiros anos, Kobe Bryant foi sendo introduzido a um nível competitivo como suplente de Nick Van Exel ou Eddie Jones, e a partir de 1999, com a chegada de Phil Jackson, começou a conquista dos títulos. Por ter em Michael Jordan o seu jogador preferido e por ter tido Jackson e Tex Winter a levá-los aos títulos, começava também aí a perseguição dos números de MJ, com Kobe a nem sempre se demonstrar um jogador de trato fácil. As lutas de egos com Shaquille O’Neill, por exemplo, terão feito com que os Lakers acabassem por falhar os seus objetivos em termos de conquista de anéis na NBA.
Um currículo cheio e o último ano
Cinco vezes campeão, duas vezes MVP das finais, uma vez MVP da temporada, dezassete vezes All Star, quatro vezes MVP do All Star, os números de Kobe Bryant impressionam.
Agora, impacto direto na presente temporada, veremos se Kobe Bryant consegue manter o ritmo apresentado perante os Washington Wizards. Se o fizer, os Lakers poderão ter mais do que um ano de adeus, com alguns motivos para sorrir que não sejam as perspetivas futuras. Mas, como começámos por dizer no início deste artigo, será o currículo de Kobe aquele que falará nas nossas memórias do jogador que ele foi ao longo destes anos.