Os trinta anos de reinado de Silvio Berlusconi no AC Milan chegaram ao fim. As empresas chinesas têm vindo cada vez mais a apostar na compra de vários clubes europeus, e desta feita foi a vez do AC Milan.

Foi em 1986 que o conhecido político e empresário de sucesso, Silvio Berlusconi, se tornou proprietário do Milan. Durante a sua presidência o clube ganhou notoriedade não só na Europa mas em todo o mundo, tendo ganho mais de 28 títulos, onde se encontram incluídas as cinco vitórias na Liga dos Campeões.

Apesar do sucesso que o clube teve durante o final da década de 80 e inícios dos anos 90, as dificuldades económicas apresentadas pela várias empresas de Berlusconi acabaram por fazer sentir-se nos investimentos do Milan. A instabilidade causada não só pela constante troca de treinadores, mas também de plantéis fez com que o clube ficasse cada vez mais longe dos títulos. Na época passada o clube acabou por não conseguir a qualificação nem para a Liga Europa, nem para a Liga dos Campeões ocupando um mero sexto lugar na tabela classificativa.

740 milhões de Euros

ac milan vendidoO futebol é um dos negócios mais rentáveis não só do meio desportivo, mas de todo o mundo. E tal como não poderia deixar de ser, a China, uma das economias mais potentes do mundo têm vindo a investir cada vez mais neste mercado, incluindo no europeu. Nos últimos tempos grupos de chineses têm vindo a investir em clubes como o Inter de Milão, Espanyol, Aston Villa, West Bromwich Albion, Wolves, Birmingham City, e agora chegou a vez do AC Milan.

Há uns meses, o clube revelou que venderia grande parte do seu capital a um grupo de investidores chineses e desde então muitos foram os rumores de que o grupo em questão fosse o Fosun, em parceria com o famoso empresário português Jorge Mendes.

No entanto foi recentemente anunciado pela Finivest, a holding que é dona de 100% do capital do Milan, a venda de 99,93% a um grupo de investidores chineses liderado por Yonghong Li. Segundo o próprio cube, o negócio está avaliado em cerca de 740 milhões de euros, que incluem a dívida de 220 milhões, e que assim que o negócio seja oficializado serão entregues 100 milhões. Nos próximos três anos, prevê-se então que o o clube seja recapitalizado em 350 milhões de euros.

A nova proprietária

Yonghong-LiA nova proprietária é nada mais nada menos que uma sociedade sino-europeia que foi criada para este mesmo fim, a compra do AC Milan, cujo nome é Investment Management Changxing. Pouco foi adiantado sobre quais serão as alterações mais significativas dentro do clube.

Relativamente a todas as marcas que se encontram por detrás do AC Milan como a Adidas, Emirates, TIM, Audi, Toyo Tires, e AON e Nivea pouco se sabe sobre as alterações que vão acabar por sofrer. Apenas que pelo menos durante esta nova temporadas se manterão os patrocinadores vigentes.

A Compra do AC Milan bem como a do Inter de Milão (há pouco mais de um mês) e até a compra de outros clubes europeus com menos estatuto por parte de grupos chineses têm vindo a levantar a questão: Até que ponto o futebol europeu deixará de ser europeu?

A verdade é que lentamente estes novos investidores asiáticos estão cada vez mais presentes no futebol europeu, não só através de investimentos mas também no papel de donos.

Boas Apostas!