A comunidade do ténis passa quase seis meses a salivar pelos Majors que faltam e depois eles sucedem-se demasiado depressa. Três semanas depois daquele domingo negro já Wimbledon começa a mexer. Depois da derrota na final de Roland Garros, Novak Djokovic, retirou-se de cena para sarar as feridas. Mas agora tem que voltar a entrar no ringue. E não há como voltar a montar de imediato para ultrapassar uma queda feia.
7 de junho de 2015: o dia em que Novak Djokovic falhou a sua grande oportunidade para conquistar a coroa que insiste em lhe escapar e assim completar o seu Grand Slam de carreira. Depois de vencer Rafa Nadal e Andy Murray nas rondas anteriores, o sérvio chegou à terceira final de Roland Garros e não resistiu a um Stan Wawrinka versão “The Man”. Todos assistimos em direto a esse momento devastador. A questão agora é perceber que Novak chegará a Wimbledon para defender o título.
O público que assistia nas bancadas do Philipp Chatrier, assim como os milhões que assistiam à transmissão, estavam de coração partido e prestaram uma homenagem sentida ao sérvio, naquele que terá sido, talvez, o momento mais duro da sua carreira. Até Wawrinka, que tinha acabado de fazer um dos maiores feitos da sua vida, pode deixar de se juntar a essa ovação em pé que durou largos minutos.
Está para acontecer
Este era o ano. O ano em que Novak Djokovic dominou em absoluto a primeira metade do ano, conquistando todos os principais torneios da temporada em que marcou presença, vencendo para isso os adversários que se lhe atravessaram no caminho. O ano em que depôs o rei da terra batida logo nos quartos de final. E no entanto, mais uma vez, não aconteceu. O número um do ranking ATP terá que regressar à contenda no próximo.
Não é nada de novo. Vários dos nomes que ficarão eternizados na história da modalidade passaram por algo semelhante. Durante anos ficou a faltar um título, uma prova derradeira da sua pertença a um grupo de exceção. Pete Sampras nunca venceu o Major de França. Roger Federer andou anos à procura de uma aberta para interromper o reinado de Nadal em Roland Garros. Não é por acaso que só há sete homens que completaram um Grand Slam de Carreira. É muito difícil, mesmo quando se está entre os melhores de sempre. Poucos duvidam que Novak vai lá chegar. Vai ter o seu dia no Philipp Chatrier e inscrever o seu nome nesse grupo restrito. Mas a espera mói, cobra o seu desgaste.
O dia seguinte
Agora Nole tem que deitar tudo isso para trás das costas e levantar a cabeça, como se repete no mundo do futebol. Depois destes dias de recolhimento, longe dos olhos do mundo, em família, ele vai voltar para defender o título na relva de Wimbledon. Já antes, ele conseguiu converter a frustração de Roland Garros a seu favor. Em 2011 foi eliminado ainda na meia-final, por Federer, e viria a ganhar o seu primeiro título no Championships. Na temporada passada, seguiu diretamente para Wimbledon, depois de ter perdido a final com Nadal, e só parou com o segundo troféu inglês nas mãos. Veremos, nos próximos dias, o que dita o sorteio do Major britânico. Mas se para apostar, Djokovic continua a ser o mais forte candidato a vencer. Tudo.