Dois grupos já fecharam as suas contas nesta fase da Taça da Liga, dois apurados inesperados para o novo formato em Final Four, mas os mesmos temas de discussão que ameaçam tornar-se foco central de tudo o que for dito ou escrito sobre esta edição da competição. E isto num ano em que a Taça da Liga, fruto da sua jornada disputada na última semana do ano, até permitiu a utilização de mais jogadores habitualmente titulares e colocou mais gente nos estádios. Mas, no final, sobra apenas uma taça em ameaça de se desligar…
Moreirense e Vitória de Setúbal na final
Comecemos pelo lado positivo do que aconteceu no Grupo A e B. A equipa do Moreirense comprovou, com a chegada de Augusto Inácio, que os jovens talento que tinha no seu plantel precisam mesmo de ter mais poder. No jogo perante o FC Porto, Francisco Geraldes e Daniel Podence estiveram em inúmeros lances onde os minhotos mostraram potencial, ainda que o FC Porto criasse mais perigo. Foi mesmo Francisco Geraldes quem conseguiu levar a equipa para a Final Four, marcando o golo da vitória, num percurso sem derrotas.
Já o Vitória de Setúbal começou da pior forma esta edição da Taça da Liga, mas acabou por ter a sorte do seu lado, conseguindo uma vitória sobre o Arouca e outra frente ao Sporting. A equipa sadina colocou-se na frente, com golo de Venâncio, viu o Sporting empatar através de golo de Elias, mas beneficiou de uma grande penalidade no último minuto do jogo, num lance polémico, com Edinho a marcar o tento decisivo. Ainda assim, a equipa de Setúbal só conseguiu chegar à final graças a ter uma média de idades mais baixa dos jogadores utilizados que o seu rival no grupo, o Sporting.
Um problema que não acaba, só se agrava
A arbitragem parece ter tido enorme peso em algumas decisões desta jornada da fase de grupos da Taça da Liga. Visto nas imagens televisivas, que o jogo de Moreira de Cónegos, quer o jogo de Setúbal, ficam manchados por más decisões que levaram equipas com um discurso já muito alterado sobre os árbitros a terem mais razões de queixa. O problema parece, na minha opinião, começar mesmo aí. É sempre possível encontrar nas imagens razões para ter queixa neste ou naquele lance. Transformar isso em explicação de tudo o que corre mal na temporada é um caminho fácil.
No entanto, esse caminho fácil também leva a que muito facilmente os jogadores, no campo, percam a cabeça. Em Moreira de Cónegos, a partir de certo momento, todas as decisões mereciam uma reação desmedida e passou a ser mais importante queixar-se do árbitro do que procurar um golo que pudesse virar a sorte da equipa azul e branca. Em Setúbal, após a marcação de uma grande penalidade mais do que duvidosa, a reação também foi abusiva e desconcertante.
Os árbitros têm que ser muito melhores, não só a fazer o seu trabalho, mas a explicar o seu trabalho. Aquilo que se vê na televisão tem, muitas vezes, pouca relação com o que se vê no campo. Explicar cada decisão, trabalhar para melhorar o acerto das mesmas, é um caminho fundamental para que se possa continuar a falar de futebol. No entanto, depois dos últimos dois dias, a conversa será, apenas e só, sobre arbitragem. Ou, pior do que isso, sobre adjetivação de arbitragem. Um desperdício de tempo e energia.
Guimarães, terra de decisões
No Grupo D, tudo se decidirá em Guimarães, onde o Vitória receberá o Benfica. Depois de uma vitória difícil em Vizela, os vimaranenses sofreram para conseguir empatar com o Paços de Ferreira e manter vivas as suas expetativas de apuramento. O Benfica venceu com facilidade os vizelenses, num jogo em que Jonas se destacou pelos dois golos marcados e Zivkovic aproveitou para demonstrar qualidades que poderão fazer dele um dos grandes reforços deste mês de janeiro, passado o tempo de adaptação.
No Grupo C, as contas estão muito mais complicadas, com o Marítimo e o Braga a vencerem as partidas disputadas nesta segunda jornada. Os madeirenses estão agora com quatro pontos, Rio Ave e Braga somam três pontos e apenas o Covilhã, com um ponto, está agora fora da corrida por uma presença na Final Four.