Uma das regiões mais ricas em termos de currículo futebolístico, o sul de França tem andando longe dos títulos, sendo inclusive um dos clubes menos históricos, o Montpellier, o último a ter conseguido conquistá-lo antes do domínio do PSG se instalar. Mas enquanto o Monaco continua a viver bem com os seus investidores, Nice e Marselha terão, esta temporada, enormes dificuldades para ultrapassar. Já o único representante da Córsega na Ligue 1 terá, também, que sobreviver aos problemas financeiros para se manter como equipa do meio da tabela.

AS Monaco

Bernardo Silva Monaco

Bernardo Silva amadurece no Monaco

Em vésperas de playoff da Liga dos Campeões, as preocupações de Leonardo Jardim estarão mais presas ao Villarreal do que propriamente ao início da Ligue 1, mas o técnico português já sabe como distrações de início de época podem pesar no resultado final neste campeonato. Os regressos de Germain e Falcao (ainda que um deles possa sair antes do fim do mercado) e a contratação de Glik ajudam a compor um plantel que terá tido a sua maior perda na saída de Toulalan. O caminho para os monegascos será duro, envolvido numa luta pelo segundo lugar que garante milhões da Liga dos Campeões, mas também com plena consciência de que tentar o título é um pedido exagerado para as atuais condições do plantel. Ao mesmo tempo, as notícias que deixam adivinhar a manutenção de jogadores como João Moutinho, Bernardo Silva e Fabinho também deixam antever uma dose de experiência e qualidade que poderão fazer a diferença para os restantes competidores por posições no pódio.

Nice

Ano de profundas mudanças no clube de Nice que alcançou em 2016 um fantástico quarto lugar. No entanto, com Claude Puel a sair para ir treinar o Southampton e Ben Arfa a assinar pelo PSG, instala-se a dúvida sobre as reais capacidades deste grupo para se manter na luta por uma posição europeia. A resposta à saída do treinador foi muito interessante, com a contratação de Lucien Favre, um suíço com currículo no seu país e na Alemanha, que fará a estreia em França, onde chegou a atuar enquanto jogador, no Toulouse. Já encontrar uma nova referência ofensiva parece ser trabalho mais complicado. Alassane Plea terá mais responsabilidades, enquanto o regresso de Eysseric, que estava no Saint-Étienne, oferece um elemento que, mais recuado, pode ter um papel importante na finalização. Mas tudo indica que estaremos perante uma temporada de sofrimento para manter um nível semelhante.

Marselha

Bafé Gomis Marselha

Esperanças do Marselha depositadas em Gomis

A saída de Marcelo Bielsa há um ano atrás foi apenas o início de uma novela que transformou Marselha numa das anedotas do futebol francês. Com os seus donos a demonstrarem incerteza sobre o que fazer com o clube (neste momento o plano parece ser valorizar para vender), os planos desportivos parecem ter ficado para segundo plano. Franck Passi assumiu definitivamente a condução do grupo e tem que lidar com muitas saídas que lhe fragilizam as opções. Lass Diarra deverá continuar a ter um plantel fundamental enquanto líder no relvado, contando agora com Bedimo, na defesa, e Bafé Gomis, no ataque, à procura de espaço para retomar algum brilho nas respetivas carreiras. Sendo que ainda se mantém algumas incertezas até ao encerramento do mercado, o Marselha tem como objetivo principal conseguir sair da segunda metade da tabela e demonstrar-se minimamente competitivo até encontrar um novo investidor.

Montpellier

A estabilidade é um valor muito caro a Louis Nicollin, presidente de um clube que alcançou um fantástico título em 2012, mas nem por isso se sentiu obrigado a largar as boas contas como princípio base da sua existência. Daí que a descida para lugares do meio da tabela não assustem um clube que prefere continuar a ser uma referência da Ligue 1 do que arriscar a grandes quedas depois do entusiasmo do champanhe. O atual panorama da equipa que é treinada por Frédéric Hantz não é propriamente atraente, mas será sem fogo-de-artifício que continuará a ser um conjunto credível e capaz de lutar por uma posição em redor do 10º lugar.

Bastia

O futuro do Bastia esteve ameaçado por problemas financeiros, mas continuaremos a ter um representante da Córsega na divisão maior do futebol francês, sendo de esperar que a capacidade de dar luta pela primeira metade da tabela também seja uma realidade conquistada sob o comando do técnico François Ciccolini. As chegadas de Thievy Bifouma e Jerson Cabral são boas notícias para os adeptos do clube, que em casa quererão ver uma equipa atrevida a incomodar os mais poderosos, enquanto fora de casa terá que lutar por cada ponto para ter direito à sobrevivência.

Boas Apostas!