A história do futebol é preenchida por inúmeras rivalidades, quer coletivas, quer individuais. Muitos reinaram sem oposição à altura durante o seu apogeu e dificilmente terá existido uma dicotomia tão grande entre dois jogadores com tanta qualidade quanto Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. A atribuição do Ballon D’Or tende a colocar a rivalidade de um ponto de vista triádico e, olhando para o atual contexto do futebol mundial, Neymar é o legítimo ocupante desse terceiro posto.
Os campeonatos do mundo costumam ser profícuos em surpresas individuais e dificilmente conseguiríamos melhor exemplo que o de Keylor Navas, guarda-redes cuja grande prestação de há quatro anos atrás fez com que assinasse pelo Real Madrid e se tornasse nada mais nada menos que tricampeão da Europa. Sem descurar a presença de grandes craques como Griezmann, Mbappé, David Silva, Iniesta, Hazard, De Bruyne e companhia limitada, atentemos naquilo que Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar podem fazer pelas suas nações, todas autênticas “pátrias do futebol”.
Cristiano Ronaldo
A Cristiano falta “apenas” conquistar o mundo com a camisola de Portugal. O craque português foi um dos baluartes da primeira conquista de uma grande competição por parte da seleção “lusa” e, se motivos faltassem para isso, eternizou o seu nome na história do futebol nacional, alcançando um feito que a geração de Eusébio da Silva Ferreira jamais alcançara. Em comparação com Messi e Neymar, a pressão que Cristiano tem ombros, pelo menos por parte do seu povo, é menor. A seleção portuguesa nunca ocupou o trono mundial ao contrário do que aconteceu com Messi e Neymar. Por muita que seja a ambição, ninguém poderá apontar o dedo a Cristiano caso não consiga liderar esta geração até ao topo mundial. Fazer melhor que no Brasil é uma obrigatoriedade para armada “lusa”.
Leo Messi
Diego Armando Maradona encantou como ninguém e, no país das Pampas, poucos acreditavam que viesse a ter um sucessor à altura. Lionel Messi contrariou as expectativas e afirmou-se como legítimo herdeiro de “El Pibe”. Com Maradona ao seu serviço, a Argentina tocou o céu e almejou a glória máxima em 1986, no México. A Messi falta guiar o seu povo à conquista de um grande ceptro internacional. Sufocado pela pressão mediática resultante da sua responsabilidade, Leo Messi chegou a ponderar abandonar a seleção argentina depois de ter perdido a sua terceira final consecutiva. De regresso à representação da nação, prepara-se para atacar o título mundial em solo russo, ainda que a sua seleção esteja longe de constar entre as principais favoritas a arrebatar o ceptro. O talento é imenso, sobretudo na frente de ataque, mas se há fator que poderá fazer a diferença na “hora H”, é Leo Messi. De repente, estamos a contribuir para o histerismo mediático à volta da responsabilidade de Leo, não?
Neymar
Fraturou a vértebra e não pôde ajudar o “Escrete” até final do Mundial 2018, não participando no histórico “vexame” frente à Alemanha (1-7) que continua a afetar o povo brasileiro. Passaram quatro anos, Neymar cresceu, trocou de cor clubistica, assumiu-se como grande figura da seleção brasileira e agora vai ter que lidar com o estatuto de líder de uma geração que tentará colocar um ponto final na desesperada busca pelo hexa. Aos invejáveis recursos individuais dos quais o Brasil (quase) sempre dispôs, o seleccionador Tite conseguiu agregar uma estratégia coletiva que tem catapultado a “Canarinha” para o sucesso e, mais que isso, potenciado ao máximo o talento individual dos elementos que a compõem. Neymar é um desses casos e quer fazer a diferença na Rússia, única forma que dará direito a entrar no “hall of fame” do “Escrete”.
Boas Apostas!