A ronda inaugural da fase de grupos da Copa América 2019 decorreu sem grandes surpresas. Brasil, Uruguai, Chile e Colômbia entraram a vencer, com a formação “cafetera” a levar a melhor no encontro de maior cartaz, diante da Argentina de Lionel Scaloni. Venezuela e Peru empataram sem golos e a seleção paraguaia dividiu os louros com a congénere do Qatar, campeã asiática em título.
Grupo A
A resistência da seleção boliviana no encontro inaugural durou cerca de 50 minutos, altura em que Philippe Coutinho, a partir da marca do castigo máximo, bateu o guardião Carlos Lampe e apontou o primeiro golo da Copa América 2019. Estava aberto o caminho para uma tranquila (e previsível) vitória da “Canarinha” que, mesmo sem brilhar, levou a melhor por três golos sem resposta – Coutinho assinaria o “bis” e Everton, lançado aos 81 minutos, encerraria o marcador volvidos apenas quatro.
De resto, o primeiro teste não permitiu “medir o pulso” a uma seleção brasileira que encontrou uma adversária baixa no terreno e inexpressiva do ponto de vista ofensivo. O Brasil teve muita bola e nem sempre soube que mecanismos ativar para chegar com perigo à baliza contrária, mas fez o suficiente para carimbar uma vitória “normal” a abrir o grupo A da Copa América 2019.
No outro jogo do grupo A, as duas principais candidatas a acompanhar o Brasil rumo à fase seguinte empataram sem golos. No embate entre Venezuela e Peru, os “Incas” dispuseram das melhores oportunidades para chegar ao golo, mas os problemas apresentados na fase final do Mundial 2018 voltaram a estar em evidência, nomeadamente a falta de eficácia no último terço, embora o guardião Wilker Fariñez não esteja, de todo, isento de culpas. Mesmo em superioridade numérica nos últimos 15 minutos, a equipa peruana não foi capaz de quebrar a organização de uma formação venezuelana que esteve mais preocupado em não sofrer que em marcar.
Grupo B
A ausência de ideias, a inexistência de soluções e a “super dependência” de Messi marcaram a estreia da Argentina na Copa América 2019. Se as duvidas relativas à liderança de Lionel Scaloni já eram bastantes bem como as críticas à falta de identidade da equipa, a verdade é que a derrota frente à Colômbia só veio agudizar a situação. Os “Cafeteros” de Carlos Queiroz souberam fazer o seu jogo, foram conseguindo anular a ação de Messi e ofensivamente foram sempre mais perigosos que os argentinos. Roger Martínez, lançado aos 14 minutos para o lugar de Luís Muriel, faria o 1-0 com um violento pontapé que só parou nas redes à guarda de Franco Armani, ao passo que Duván Zapata, uma das sensações da época no Calcio, faria o 2-0.
No outro encontro do grupo, o Paraguai até começou bem ao abrir uma vantagem de dois a zero graças a golos apontados por dois jogadores com passagem pelo Benfica – Óscar Cardozo, na conversão de uma grande penalidade, e Derlis González. No entanto, o Qatar soube reagir nos últimos 20 minutos e depois de ter chegado ao empate com um “golo de bandeira” no Maracanã apontado por Almoez Ali, empatou mesmo o desafio por intermédio de Boualem Khoukhi.
Grupo C
No terceiro e último grupo desta Copa América 2019, os dois favoritos ao acesso à primeira fase golearam e exatamente pelos mesmos números: 4-0. A seleção uruguaia, detentora do maior número de troféus continentais, cedo abriu caminho para uma goleada por quatro bolas sem resposta diante do Equador que seria em muito facilitada pela expulsão do equatoriano José Quintero logo ao 24º minuto de jogo. A dupla Luís Suárez – Edinson Cavani começou desde cedo a fazer estragos, claro está, e a equipa “Charrúa” beneficiou ainda de um golo de Nico Lodeiro e de um auto-golo de Arturo Mina. Vitória tranquila e sem margem para contestação por parte dos eleitos de Óscar Tabárez.
No outro encontro do grupo, o bicampeão Chile afirmou-se diante do Japão, seleção convidada que chega ao Brasil com várias novidades, já de olhos postos na preparação do Torneio Olímpico de 2020 que vai ser jogado em “casa”. No Morumbi, os “mineiros”não se livraram de alguns “calafrios”, mas golearam por quatro golos sem resposta com um “bis” de Eduardo Vargas – tornou-se o melhor marcador da história do Chile em fases finais da Copa América – e Eric Pulgar e Alexis Sánchez. Os japoneses, com o ex-Portimonense Nakajima a titular, dispuseram de pelo menos duas ocasiões soberanas para ultrapassar o guardião Gabriel Arias, mas acabaram por perder de forma expressiva, resultado que não é tão fiel quanto isso em relação ao que se passou dentro das quatro linhas.
Boas apostas!