Em Paris, Nadal fez, mais uma vez, história e manteve a sua posição de rei absoluto na terra batida. E já o foco gira para a preparação do Major seguinte, o tradicional torneio britânico de Wimbledon. As maiores figuras do circuito dividem-se por Halle e Queen’s, com promessa de se voltarem a reunir todos em Londres. Federer vence na Alemanha, Dimitrov o evento inglês. Andy Murray desilude. Quem irá brilhar na relva de Wimbledon?
Entrar a ganhar
O suíço Roger Federer venceu pela sétima vez – 2003, 2004, 2005, 2006, 2008, 2013, 2014 – o Gerry Weber Open, batendo, na final o quinquagésimo quarto tenista do ranking ATP, o colombiano Alejandro Falla, em duplo tie-break (7-6, 7-6). Pelo caminho derrotou também o japonês Kei Nishikori, número doze mundial, embora Federer tenha demorado a perceber (6-3, 7-6). A semana não começou bem, com o suíço a não gostar dos primeiro treinos que fez na relva e a solicitar à organização da prova o adiamento a que tinha direito, antes de defrontar o português João Sousa. Surpreendentemente, português até venceu o primeiro parcial, obrigando o antigo campeão do mundo a reagir para virar o resultado. Federer ficou satisfeito com essa sua performance, com essa capacidade de recuperar de um set desfavorável. Pode-se considerar que o quarto tenista mais cotado teve, em Halle, uma passagem muito produtiva, antes de rumar a terras de Sua Majestade.
Depois da eliminação precoce na primeira ronda de Roland Garros, Grigor Dimitrov recebeu um wild-card da organização para poder estar presente em Queen’s. Em boa hora. Assim o búlgaro teve a oportunidade de se preparar em grande estilo para Wimbledon, tornando-se ao mesmo tempo, a par de Federer, um dos dois tenistas que, esta temporada, conquistaram títulos nas três distintas superfícies: Queen’s, relva; Bucarest, pó de tijolo; Acapulco, sintético.
Uma palavra positiva para outros dois participantes do Aegon Championships. Aos trinta e cinco anos, o veterano Radek Stepanek só caiu na semifinal, diante de Feliciano Lopez (7-6, 6-4). Mas antes afastou Kukushkin, Tomic, Andy Murray – nos oitavos-de-final – e Kevin Anderson. Por seu lado, Lopez deu excelente conta de si ao eliminar homens como Lleyton Hewitt, Tomas Berdych ou o referido checo.
Trabalho para Mauresmo
Andy Murray foi a grande desilusão nestes primeiros torneios disputados na relva. O escocês, que se prepara para defender o título em Wimbledon, anunciou ao abandonar Paris que escolhera Amélie Mauresmo para suceder a Ivan Lendl. Uma opção inovadora, chamar uma mulher para treinar um dos tenistas dos top-10, mesmo que essa senhora tenha sido número um do mundo e conte, no seu palmarés, com vários títulos de carreira, incluindo Wimbledon e o Open da Austrália. Infelizmente, o efeito positivo dessa parceria que agora começa ainda não se fez notar e Murray fraquejou logo nos oitavos-de-final de Queen’s, cortesia de Stepanek.
Rafa Nadal também protagonizou um dos grandes momentos da semana, ao ser eliminado pelo germânico Dustin Brown, n.º 78 ATP. Mas depois da nona coroa em Roland Garros é perfeitamente compreensível um certo esgotamento e descompressão.
A primeira baixa
A uma semana do início do torneio do Grand Slam britânico, cai a primeira bomba. Parece cada vez mais provável que David Ferrer se possa ver afastado de Wimbledon, com uma infeção com sintomas idênticos aos da gripe. O tenista espanhol, a braços com este problema há dez dias, ainda vai consultar o seu médico particular, em Valência, mas duvida que posa estar apto a competir ao mais alto nível em tão poucos dias.