Ainda estamos a duas rondas da fase de grupos mas a Liga dos Campeões já começa a ficar realmente interessante. Na terceira pré-eliminatória entram alguns nomes sonantes no panorama europeu e alguns vão ficar de fora já nesta etapa.
O duelo mais apetecível será entre o Nice e o finalista vencido da última edição da Liga Europa, o Ajax. Mas CSKA de Moscovo, Dínamo Kiev e Olympiacos também entram em prova e têm desafios exigentes pela frente.
Finalista da Liga Europa mira mais alto
O maior duelo da terceira pré-eliminatória é o Nice – Ajax, sem dúvida. A equipa francesa esteve na fase regular da prova no ano passado, tendo terminado no último lugar do grupo onde também pontuavam Shalke 04, Krasnodar e Red Bull Salzburg. Estas são duas equipas para dar cartas na segunda prova europeia mas que não desdenhariam a oportunidade de estar entre a elite. O Ajax foi à final em Maio passado – que perdeu para o Manchester United de Mourinho – e nos últimos tempos o clube de Amesterdão tem trabalhado arduamente para se reafirmar nos palcos europeus. Prova desse sucesso foi a escolha de Peter Bosz para comandar o Borussia Dortmund, sendo sucedido por Marcel Kleizer. A ordem natural das coisas é ambicionar um pouco mais, o que neste caso seria enfrentar o desafio da Champions.
Mas o Ajax faz a estreia oficial na nova temporada em ambiente carregado. Há dias os médicos confirmaram que Abdelhak Nouri vai ficar com danos cerebrais severos e permanentes, na sequência de um colapso sofrido durante um amigável com o Werder Bremem, no início de julho. O balneário ainda está a processar a informação e a situação do companheiro de apenas vinte anos estará, com certeza, na mente de todos. A gestão emocional vai ser complicada.
Quem fica já pelo caminho?
Mas os pontos de interesse não ficam por aqui. O CSKA de Moscovo terá que ultrapassar o AEK de Atenas para chegar ao play-off. Os russos têm neste momento a vantagem de já ter arrancado a liga doméstica, no fim de semana, o que lhes dá um estádio competitivo mais apurado. Mas também estão pressionados. Depois de quatro anos consecutivos a participar na fase de grupos, cair nesta fase precoce seria dececionante. Até 2012 o clube grego também era passageiro frequente nas competições europeias – mais na Liga Europa, ainda assim – mas já lá vão mais de dez anos desde que entrou nos grupos da Champions. Por falar em gregos, o Olympiacos terá pela frente o Partizan, que já afastou os montenegrinos do FK Buducnost na ronda prévia. Outro embate curioso de acompanhar será o Dínamo de Kiev com os Yong Boys. Os ucranianos têm que responder a expetativas importantes. Afinal, há duas temporadas foram aos oitavos de final da Liga Milionária e integraram a fase de grupos. Tiveram o azar de ficar emparelhados com Napoli, Benfica e Besiktas e acabaram no fundo da tabela. Mas ainda estamos longe da fase regular e de imediato há que ultrapassar o campeão suíço. Na última edição, os Young Boys caíram com estrondo no play-ff, às mãos do Borussia M’Gladbach, acabando depois por fazer carreira nos grupos da Liga Europa. No entanto, a julgar pela vontade com que se atiraram ao Benfica na pré-época, em jogo amigável (1-5), a formação de Adi Hutter está apostada em fazer uma temporada em grande.
Todos sabemos que a chegar ou não à fase de grupos da Liga dos Campeões muda em definitivo as ambições de uma equipa, seja ela qual for. Pela experiência e exposição que permite aos jogadores, mesmo que não tenham condições para competir nas etapas a eliminar. E depois há a questão do encaixe financeiro, tão significativo que apenas os colossos do futebol europeu, e o Arsenal, podem desvalorizar.