O Parque dos Príncipes estava preparado para mais uma sessão de predomínio do Paris SG, na receção ao líder Nice, que muitos esperavam que pudesse vir à capital aprender que não se deve desafiar tão levianamente a maior capacidade de um gigante do futebol europeu. Mas entre os sonhos dos poderosos e as realidades que os mais pequenos conseguem engendrar, o jogo de domingo à noite mostrou-nos que a juventude ainda não está perdida, que este Nice pode continuar a sonhar com o medir-se frente a equipas bastante mais experientes. O futebol continua a ser uma ciência que tropeça de ternura pelas boas equipas.

Lucien Favre e os seus mosqueteiros

Cyprien abriu o marcador para o Nice

Cyprien abriu o marcador para o Nice

O técnico suíço apresentou-se no mítico estádio parisiense, pela primeira vez num jogo da Ligue 1, pronto a não se vergar frente ao PSG. Mantendo a sua ideia e o sistema que tem tornado o Nice tão atrativo e bem sucedido esta temporada, explorando através de um conjunto que ocupa toda a largura do terreno de jogo as fragilidades que os parisienses prefeririam esconder. Sendo óbvio que a equipa da casa estava em melhores condições para vencer a partida, tendo inclusive maiores responsabilidades nesse feito, o Nice não se deixou levar por um jogo mais focado no momento defensivo. Com bola, reagindo rapidamente à sua conquista, conseguia uma e outra vez apresentar-se com alguma vantagem a partir dos flancos, onde Ricardo Pereira e Dalbert eram os elementos de criação dessa superioridade.

Os golos aconteceram com alguma naturalidade, perante um Paris SG como que surpreendido por um pesadelo que se construía. Cyprien, pouco depois da meia-hora, e Pléa, em cima do intervalo, davam corpo a uma superioridade que não seria totalmente merecida, mas que adotava o lado de quem se apresentava mais objetivo neste jogo. Enquanto o Paris SG esperou que o jogo ditasse a sua superioridade, o Nice atreveu-se a combater por ela. Mas o intervalo prometia mais do que aquilo que a equipa poderia conseguir.

Cavani renasce na adversidade

Como tem sido habitual, o PSG joga com os olhos postos em Cavani, herdeiro de Ibrahimovic e exposto à possibilidade de ser herói como ponta-de-lança. O uruguaio nem sempre corresponde à altura das necessidades da equipa e, na primeira parte, chegou a desperdiçar uma situação em que apareceu sozinho na face de Cardinale. Mas ao primeiro toque na bola depois do intervalo, empurrou para o empate.

Cavani fundamental para chegar ao empate

Cavani fundamental para chegar ao empate

Foi um Paris SG muito mais focado na necessidade de marcar golo e um Nice que regressou do intervalo ainda à procura de como solidificar defensivamente uma vantagem construída. A juventude da equipa da Côte d’Azur tem também ainda muito que aprender, sendo que ontem demorou a conformar-se perante a maior agressividade dos campeões em título após o descanso. À hora de jogo, Cavani voltou a marcar, restabeleceu o empate e muitos pensariam que estava preparado o contexto para a reviravolta.

No entanto, como que respeitando as qualidades de cada um dos conjuntos, não houve mais golos, aceitando-se a divisão de pontos entre Paris SG e Nice. A equipa da capital não conseguiu retirar pontos à distância que mantém para com o Nice, enquanto o líder segura o primeiro lugar por mais uma semana, ainda que com o AS Monaco a aproximar-se.

A equipa de Leonardo Jardim merece, aliás, referência, porque foi até Bordéus golear o conjunto local por quatro golos sem resposta, continuando a marcar-se como um dos ataques mais temidos da Europa. Falcao marcou por três vezes e  cheira o primeiro lugar a apenas um ponto de distância.

Boas Apostas!