52 dias depois da tragédia, a Chapecoense voltou à ação, cumprindo a homenagem que faltava. Depois do desastre aéreo que ceifou a vida a 71 dos ocupantes do avião que transportava a comitiva brasileira para Medellín, localidade colombiana onde disputaria a primeira mão da final da Copa Sul-Americana, a agora tão acarinhada Chape voltou a jogar na Arena Condá numa tarde cheia de emoções fortes.

Foto: "NELSON ALMEIDA/AFP/GETTY IMAGES"

Foto: “NELSON ALMEIDA/AFP/GETTY IMAGES”

Constituiu plantel para a temporada que se avizinha e rejeitou a imunidade à despromoção. A coragem da direção da Chapecoense é a melhor homenagem a todos os que perderam a vida ao serviço do clube. Na tarde de 21 de janeiro, a vibração voltou às bancadas da Arena Condá e o convidado de honra foi o último adversário que a Chape tinha defrontado antes da tragédia: O Palmeiras, campeão em título que nesse dia comemorou a conquista do título no Allianz Parque. Com os sobreviventes Jackson Follmann, Neto e Alan Ruschel presentes no estádio, o narrador Rafael Henzel (também resistiu à tragédia) voltou a relatar na tarde de 21 de janeiro e fê-lo de uma forma extremamente emotiva, aproveitando a deixa para homenagear Renan Agnolin, ex-colega malogrado no acidente. Na Arena Condá, tudo foi bonito. Raphael Veiga marcou o primeiro golo do jogo para o Palmeiras aos 11 minutos e ao invés de o comemorar, aplaudiu as bancadas do estádio. O primeiro momento de grande alegria para o povo de Chapecó após a tragédia aconteceu à passagem do minuto 14, quando Douglas Grolli fez o primeiro golo com o verde da Chapecoense após a tragédia. Vitinho marcou novamente para o Palmeiras e Amaral definiu o empate final a abrir a segunda parte. Em tarde de homenagem, o resultado final (empate a dois) contribuiu para a festa. “Os valores envolvidos nesse jogo são incomensuráveis. A partida em si para nós valeu muito mais por estar aqui nesse momento e por poder contribuir com a Chapecoense. O Palmeiras não vai medir esforços para ajudar nesse processo”, afirmou Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras e mais uma voz do apoio que tem sido disponibilizado à Chapecoense neste processo de ressurgimento – a totalidade da receita do amigável reverteu a favor do emblema Catarinense. Aos 71 minutos do encontro, o árbitro Heber Lopes parou o desafio para que toda a gente aplaudisse de forma bem audível as 71 vítimas do desastre aéreo. No regresso à ação com Vagner Mancini no comando técnico, atuaram os seguintes jogadores pela Chape: Artur Moraes, Elias, João Pedro, Zeballos, Douglas Grolli, Nathan, Fabrício Bruno, Luiz Otávio, Reinaldo, Diego Renan, Amaral, Luiz Antônio, Andrei Girotto, Moisés Gaúcho, Nenén, Dodô, Martinuccio, Rossi, Osman, Nadson, Niltinho, Arthur, Wellington Paulista e Túlio de Melo.

Copa Sul-Americana erguida por Follmann

Antes do início da partida, a comoção tomou conta de todos os presentes nas bancadas da Arena Condá quando o troféu da Copa Sul-Americana foi levantado pelo ex-guarda-redes Jackson Follmann. Em lágrimas, numa cadeira de rodas e com uma das pernas amputadas, Follmann ergueu o troféu ladeado por Neto e Ruschel e não foi capaz de conter as lágrimas numa das imagens mais fortes da tarde, merecedora de um lugar de destaque na história do futebol mundial por todo o simbolismo associado ao momento. Os familiares das vítimas também subiram ao palanque instalado no relvado da Arena Condá e receberam as medalhas relativas ao título de campeão sul-americano, numa cerimónia profundamente emotiva em que as lágrimas voltaram a verter os rostos de todos os presentes do estádio.

O primeiro encontro oficial da Chapecoense em 2017 será disputado na próxima quinta-feira (26 de janeiro), com o “Verdão do Oeste” a enfrentar o Joinville num encontro válido pela Primeira Liga.

Boas Apostas!