Sendo uma liga em crescimento, a Major League Soccer absorve no seu íntimo equipas, treinadores e jogadores em momentos de evolução muito diferentes. Por isso mesmo, neste encontros, podemos por vezes observar situações de jogo que nos permitem aprofundar ideias sobre como acontecem as coisas num jogo de futebol. Assim foi no domingo passado, quando os New England Revolution receberam os Columbus Crew.

Higuain Nguyen

Dois dos melhores jogadores das equipas em campo na disputa da bola

A equipa de Columbus já nos tinha demonstrado, em semanas anteriores, as qualidades que vinham permitindo uma boa prestação na prova. A ideia de Greg Berhalter passa por tentar retirar o máximo das qualidades dos seus jogadores criativos, envolvendo-os num sistema de jogo que nunca retire capacidade de reação à perda da bola. Por isso, para a equipa do Ohio, é tão importante a dinâmica criada pelos seus dois médios mais recuados – neste encontro, Will Trapp e Mohammed Abu -, sempre muito focados na pressão do jogador com bola e capazes de permitir equilíbrios nas subidas dos seus laterais.

Na frente, Higuaín tentava colocar-se no espaço entre linhas dos Revs, com enorme capacidade para se enquadrar com a baliza e avançar para a finalização, com Manneh a fazer-se (um pouco como Finlay, o habitual titular) extremo puro do lado direito e Justin Meram a ter muito mais liberdade para se integrar na estrutura como segundo avançado ou procurando as diagonais para finalizar no corredor central. Nesta ideia de jogo enquandra-se muito melhor Ola Kamara do que Kei Kamara (que este fim-de-semana foi adversário), pela mobilidade oferecida no ataque.

Foram estas as razões para vermos, uma vez mais, Columbus a dominar o jogo, com posse de bola, criando oportunidades e chegando primeiro ao golo, por Ola Kamara. No entanto, o jogo haveria de nos demonstrar como existem muitas vias para chegar ao mesmo objectivo.

Rédea solta para os artistas

A equipa de Jay Heaps funciona numa organização diferente, com um bom conjunto de centrais, muito físicos, tal como os seus laterais, funcionando em termos defensivos mais numa lógica de duelo que mantém sempre a ajuda de um jogador como Kouassi, que é um elemento que limpa toda a largura do terreno. Esta estrutura permite alguma segurança defensiva perante adversários com menor capacidade de ter a bola, mas durante os primeiros 25 minutos do jogo os New England Revolution foram continuamente ultrapassados pela inteligência colectiva da equipa de Columbus.

O jogo mudou porque, com muitos jogadores criativos na frente de ataque e a impor-se fisicamente no seu meio-campo, que ia avançando linhas, a equipa dos Revs conseguiu bloquear a saída para o ataque dos Crew. Diego Fagundez e Lee Nguyen, soltos para criar onde encontrassem espaço, Kei Kamara a forçar sempre presença na área para aparecer como agente finalizador e Kellyn Rowe como peça que oferecia equilíbrio ao caos criado por tantas movimentações sem áreas mais definidas de acção para cada jogador. Ao encontrar-se a ganhar, Jay Heaps percebeu de imediato que Femi, opção que foi lançada um pouco fora do seu espaço natural, deveria sair para a entrada de Koffie, criando um duo mais sólido no meio-campo e evitando dessa forma a presença da bola na posse dos Crew entre as suas linhas.

Assim fechou o caminho para o golo e acabou por ganhar o jogo.

Boas Apostas!