A prestação do Brasil na edição centenária da Copa América terminou de forma inglória. A “Canarinha” de Dunga não conseguiu ultrapassar a fase de grupos e, na noite da derrota frente ao Perú, o alerta soou na Arena de Itaquera. O mau desempenho em solo norte-americano resultou no despedimento de Dunga, com Tite a surgir de imediato no topo da lista de prioridades da Confederação Brasileira de Futebol. Comandante do “Timão” na caminhada que culminou com a conquista da última edição do campeonato brasileiro, o treinador não resistiu ao apelo e assumiu os destinos da seleção brasileira, abandonando a equipa numa etapa precoce da época. Depois de várias saídas de atletas que abraçaram novos projetos tanto na Europa como na China, Tite procurava reinventar a equipa para o ataque à renovação do título. Contudo, o plano caiu por terra e a direção teve que procurar alternativas.

O sucessor do treinador mais vitorioso da história do Corinthians

Foto: "Gilvan de Sousa"

Foto: “Gilvan de Sousa”

Para o lugar de Tite, treinador mais vitorioso da história do clube, a direção do emblema Paulista assegurou os préstimos de um “habitué” no famoso carrossel de treinadores brasileiros que fazem carreira no futebol daquele país. Cristóvão Borges foi o eleito para comandar a equipa, assinando contato até final da temporada. O técnico de 57 anos assumiu um dos maiores desafios da sua carreira, não só pela significância do Corinthians no panorama sul-americano, mas simultaneamente pelo peso de administrar convenientemente a herança deixada por Tite. Mal chegou a São Paulo, Cristóvão Borges foi visto com muitas duvidas pela “torcida” mais exigente do futebol brasileiro, até porque a maior glória no palmarés do novo treinador era um mero campeonato Paranaense. A 19 de junho, estreou-se com uma vitória no embate com o Botafogo, por três bolas a uma. A derrota às mãos do Atlético Mineiro (2-1), na ronda seguinte, foi a primeira das seis consentidas ao leme do campeão em título. 18 jogos depois, sensivelmente três meses após ter assumido o cargo, Cristóvão Borges foi demitido na sequência de um desaire caseiro (0-2) frente ao rival Palmeiras que afastou, em definitivo, o Corinthians da luta pela revalidação do título de campeão. Sob o comando de Cristóvão Borges, o Corinthians patenteou uma taxa de aproveitamento na ordem dos 48 por cento – Sete vitórias, cinco empates e seis derrotas. Os resultados nos embates com os rivais/concorrentes por um lugar na Libertadores 2017 foram determinantes para a saída do técnico, mas existiram mais aspectos negativos para lá da frieza dos “placards”. O Corinthians deixou de ser uma equipa dominadora em casa, denotou uma inércia gritante em organização ofensiva e saiu prejudicada pela falta de soluções de qualidade em termos individuais. Sofreu golos em 13 dos 19 jogos que realizou, estatística que demonstra a perda de consistência na componente defensiva que demonstrava de algumas temporadas a esta parte.

Carille no imediato

Fábio Carille orientou a equipa durante cerca de uma semana, na transição Tite-Cristóvão Borges e a direção volta a confiar nas suas capacidades. Curiosamente, o técnico interino voltará a tutelar a equipa num embate com o Fluminense, adversário frente ao qual já tinha liderado o “Timão” esta época. A imprensa brasileira revela que a direção está no mercado à procura de um treinador para o que resta da temporada, mas Fábio Carille inspira-se no exemplo de José Ricardo Mannarino (Flamengo) e acredita que é possível ser efetivado. “Discípulo de Tite”, procurará basear-se no trabalho realizado pelo agora seleccionador brasileiro para ter sucesso neste novo desafio.

Boas Apostas!