A Juventus de Massimiliano Allegri garantiu o direito à imortalidade ao conquistar o hexacampeonato, feito ímpar na história do Calcio. Sem surpresas, o “scudetto” voltou a ser erguido pelos homens de negro e branco.
No início da temporada, os responsáveis da Juventus deixaram os seus objetivos para a temporada 2016/17 bem claros: Prolongar a hegemonia interna e repercutir esse sucesso na Liga dos Campeões. Neste ciclo vencedor que dura desde 2012, a “Vecchia Signora” conseguiu alcançar a final da prova milionária pela segunda vez. Depois do Barcelona em Berlim, eis que chega a vez de medir forças com o Real Madrid em Cardiff. Em Itália, não há quem disponha de argumentos para ameaçar uma equipa mais consistente de dia para dia, uma máquina vencedora que é aprimorada através de melhorias cirúrgicas como as contratações de Higuaín, Dani Alves ou Pjanic e munida de jogos com boas perspetivas de futuro como Rugani, Lemina ou Pjaca. Esta Juve de Allegri pratica bom futebol, tem uma mentalidade invejável e é legítimo afirmar que está entre as melhores equipas que o futebol italiano já conheceu, mesmo sabendo perfeitamente o que esta afirmação significa. A esta “Vecchia Signora”, personificada no corpo do veterano “Gigi” Buffon, falta a glória europeia que poderá ser alcançada em Cardiff.
Suspeitos do costume
Um dos principais pontos de interesse da última jornada da Série A 2016/17 corresponde ao duelo entre AS Roma e Nápoles pela vice-liderança da prova e consequente acesso direto para a Liga dos Campeões. No próximo domingo, Francesco Totti realiza o último jogo com a sua camisola de sempre frente ao Genoa, no Olímpico de Roma, e a equipa quer vencer para prestar uma mais que justa homenagem ao “eterno capitão” e assegurar o segundo lugar. Qualquer cenário que não envolva uma vitória, fará perigar a defesa do segundo lugar, uma vez que a vantagem em relação ao Nápoles (visita a Sampdoria) é de apenas um ponto.
Dentro daquilo que já tinha acontecido na época passada, AS Roma e Nápoles voltaram a ser os principais perseguidores da Juventus, mas também demonstraram uma vez mais que não possuem capacidade suficiente para quebrar a a atual hegemonia, até porque a Juve nunca sentiu a liderança realmente ameaçada durante a segunda volta, limitando-se a gerir a situação em função da participação na Liga dos Campeões. Noutras edições do campeonato italiano pré-domínio juventino, os mais de 80 pontos acumulados permitiriam uma afincada luta pelo título. Para a AS Roma de Luciano Spalletti, os maiores dissabores da temporada corresponderam à eliminação na fase preliminar da Liga dos Campeões frente ao Porto e à eliminação das meias-finais da Taça de Itália diante da rival Lazio. Em Nápoles, o atraente futebol ofensivo de Maurizio Sarri continua a ser uma bandeira e os napolitanos têm que estar orgulhosos do percurso rubricado na Liga dos Campeões.
A luta pela Liga Europa
A ordem final da pauta classificativa ainda não é conhecida, mas Lazio e Atalanta já têm as respetivas vagas asseguradas na Liga Europa. Em comum têm também o facto de terem sido agradáveis surpresas nesta época. Os romanos comandados pelo pouco experiente Simone Inzaghi foram finalistas vencidos da Taça de Itália e preparam-se para terminar na 4ª ou 5ª posição, algo positivo atendendo à qualidade dos concorrentes, enquanto a Atalanta se revelou uma autêntica surpresa nestas lides. Mérito para Luigi Del Neri que apesar de orientar uma equipa que apresenta algumas dificuldades no processo sobretudo a nível defensivo, beneficiou de um grupo de trabalhos repleto de bons valores futebolísticos que conseguiram apanhar o “comboio europeu”. O AC Milan, agora propriedade de um grupo de investidores chineses, deu o primeiro passo na sua reafirmação ao assegurar o regresso às provas europeias. Vincenzo Montella “tem mão” para esta equipa e, caso haja investimento no reforço do plantel – tudo indica que sim -, o próximo passo poderá muito bem passar pelo acesso à Liga dos Campeões.
O Inter de Milão, por seu turno, falhou a toda a linha. Apostar nos serviços de Frank de Boer foi um erro crasso e Stefano Pioli, depois de até ter conseguido fazer com que a equipa subisse de rendimento e se intrometesse na luta europeia, entrou numa espiral de resultados negativa que culminou com o seu despedimento, aparentemente perdendo o grupo de trabalho no seio de um clube que continua a carecer de estabilidade, tal e qual como acontece com o principal rival. A desilusão também consumiu a cidade Florença. Depois de uma primeira temporada tão auspiciosa, nada fazia prever que a Fiorentina de Paulo Sousa rubricasse um percurso tão modesto. A eliminação europeia às mãos do Borussia Monchengladbach, na Liga Europa, deixou consequências devastadores no seio da equipa, tornando a saída de Paulo Sousa no final da época uma inevitabilidade.
No fundo da tabela
Em ano de regresso à Série A, o Pescara teve uma passagem fugaz pelo escalão máximo, regressando à Série B como “lanterna vermelha” prova. Massimo Oddo poderá ter estado demasiado tempo no cargo de técnico principal dos “golfinhos” e Zdenek Zeman não foi capaz de fazer muito melhor nesta etapa final da temporada, chegando ao clube numa altura em que o futuro da equipa estava praticamente comprometido. Em Palermo, o “novela mexicana” do costume com constantes alterações no comando técnico, desta feita com consequências devastadores: A descida de divisão.
Em Crotone, ainda há “luz ao fundo do túnel”. A uma jornada do fim, a equipa do sul de Itália que se estreou nesta edição da Série A está apenas um ponto abaixo da linha de água graças a uma recuperação notável nas últimas rondas. O Empoli lutará pela manutenção nesta última jornada, visitando a Sicília para enfrentar o já relegado Palermo, enquanto o Crotone recebe a Lazio. O Genoa de Miguel Veloso chegou a estar em perigo graças a uma quebra significativa nesta parte final da temporada, mas entretanto conseguiu uma vitória que garantiu a manutenção matemática.
Boas Apostas!