Oito das 18 formações que competem no escalão máximo do futebol nacional já trocaram de treinador na atual temporada. Para além das mediáticas mudanças nos dois grandes rivais de Lisboa, há outras seis a registar, duas delas consumadas no início desta semana.

Trocas na Segunda Circular

Foto. "Paulo Calado"

Foto. “Paulo Calado”

Ataque a Alcochete, rescisões em catadupa, saída de Jorge Jesus e novo presidente. Os acontecimentos descritos não permitiam antever uma temporada particularmente risonha em Alvalade, temporada essa que começou sob as ordens de José Peseiro, técnico escolhido por Sousa Cintra, líder do clube em fase de transição. Assim que Frederico Varandas, – crítico de Peseiro – assumiu a presidência, rapidamente se percebeu que o lugar do treinador poderia estar em risco. O despedimento surgiria no início de novembro, após uma derrota caseira frente ao Estoril para a fase de grupos da Taça da Liga, competição que a equipa leonina viria a conquistar três meses mais tarde já sob as ordens de Marcel Keizer, um ilustre desconhecido para a maioria dos adeptos portugueses que chegou a Alvalade proveniente do Al Jazira Club. Independentemente de como acabar a temporada, Keizer já pode dizer que celebrou o primeiro título da sua carreira como treinador ao serviço do Sporting.

Bicampeão pelo Benfica, Rui Vitória entrou na temporada 2018/19 já fragilizado em virtude de não ter conseguido conquistar o tão ambicionado pentacampeonato bem como da má campanha na Liga dos Campeões. Esta época, o técnico de 48 anos até guiou o Benfica até à fase final da “prova milionária”, mas o mau desempenho na fase de grupos, aliado à perda de pontos nas primeiras jornadas da Liga NOS, acabaram por ditar a sentença. Depois da derrota por dois golos sem resposta em Portimão, Luís Filipe Vieira, presidente que duas semanas antes tinha dado um voto de confiança a Vitória após a goleada sofrida na Baviera, pôs fim à ligação entre o técnico e o clube. A solução para a vaga deixada por Rui Vitória foi encontrada a nível interno: Bruno Lage, timoneiro da equipa B, assumiu os destinos do plantel principal e, até ver, a massa adepta “encarnada” aparenta estar satisfeita com o trabalho do técnico setubalense que orientará a equipa até final da temporada.

De Chaves para Vila do Conde

Depois de duas temporadas na Madeira ao serviço do Marítimo, Daniel Ramos regressou ao continente para orientar o Chaves, mas a sua passagem por Trás-os-Montes foi fugaz. À 12ª jornada, a ligação entre Ramos e a equipa flaviense chegou ao fim por mútuo acordo na sequência de seis desaires consecutivos. O novo desafio de Daniel Ramos surgiria na localidade de onde é natural, Vila do Conde. Ramos assumiu o comando técnico de um clube que já tinha representado como jogador, o Rio Ave, sucedendo a José Gomes, treinador que deixou o clube para abraçar o projeto proposto pelos ingleses do Reading no Championship.

Em Chaves, a escolha recaiu sobre Tiago Fernandes, treinador que orientou a equipa principal do Sporting na transição Peseiro-Keizer e se deixou seduzir pela oportunidade de desempenhar funções de técnico principal pela primeira vez na Liga NOS.

Mudanças nos “aflitos”

O Marítimo protagonizou um dos piores inícios de temporada dos últimos anos e a direção do clube insular optou por abdicar dos serviços de Cláudio Braga. A proximidade em relação aos lugares de descida levou o clube madeirense a investir nos serviços de um especialista em manutenções no escalão máximo: Petit, ex-internacional português que na época anterior tinha estado ao serviço do Moreirense.

O Desportivo das Aves, vencedor da última edição da Taça de Portugal, promoveu a saída do técnico que levou o clube ao histórico triunfo na “Prova Rainha”. José Mota deixou a Vila das Aves e cedeu o seu lugar a Augusto Inácio, de volta ao futebol português depois de uma passagem pelo Egito para orientar o Zamalek SC.

Por último, e praticamente em simultâneo, Vitória de Setúbal e Boavista puseram termos às ligações dos respetivos treinadores. Lito Vidigal deixou a equipa de Margem Sul do Tejo e rapidamente arranjou colocação: viajou para norte precisamente para assumir os destinos do Boavista, emblema “axadrezado” que tinha acabado de despedir Jorge Simão.

No Bonfim, para já, não há solução oficializada. O diretor desportivo Sandro Mendes assumiu os destinos da equipa e até poderá orienta-a diante do Sporting no encontro desta quarta-feira (30). A imprensa portuguesa avança que Leonel Pontes, atual técnico do Jumilla da II divisão B espanhola, é um dos nomes em cima da mesa para a sucessão de Lito Vidigal.

Boas apostas!