A conquista da Taça CTT 2016/17 por parte do Moreirense constitui, indubitavelmente, um dos momentos mais emblemáticos da história do clube, apenas equiparado à primeira subida ao principal escalão do futebol nacional, no início do século XXI. Sagazes e extremamente competentes, os homens de Moreira de Cónegos ergueram o troféu no estádio do Algarve depois de terem deixado para trás FC Porto, SL Benfica e SC Braga. Para equipa que traja ao xadrez verde e branco, a conquista do troféu pode constituir o primeiro dia de uma nova realidade. Francisco Geraldes e Daniel Podence, elementos determinantes na manobra da equipa, regressaram à “casa mãe”. Para o norte do país viajaram novas soluções, até porque o grande objetivo da equipa treinada por Augusto Inácio está por cumprir: Assegurar a permanência na Liga NOS.

Moreira – Alcochete

Foto: "Global Imagens/Miguel Pereira"

Foto: “Global Imagens/Miguel Pereira”

O mediatismo associado à conquista do Moreirense colocou ainda em maior evidências as virtudes de Francisco Geraldes e Daniel Podence, jogadores formados no Sporting que rumaram ao norte do país no início da temporada. Conquistaram espaço na equipa de Moreira de Cónegos, minutos no principal escalão do futebol português e o técnico Jorge Jesus solicitou à direção do clube o regresso dos dois jogadores que entretanto já treinaram esta terça-feira com o plantel principal, em Alcochete. No sentido inverso viajaram Wallyson e Ary Papel, jogadores que estavam ao serviço do Sporting B.

15 jogos na Liga NOS, quatro na Taça CTT e um na Taça de Portugal. Naquela que foi a primeira aventura entre a elite nacional, as prestações de Francisco Geraldes legitimaram a aposta regular dos técnicos Peapa e Augusto Inácio. No meio-campo do Moreirense, a irreverência do jovem médio elevou a qualidade de jogo da equipa nortenha, sobretudo no último terço de campo. Tecnicamente interessante e inteligente a colocar a bola entre linhas, deu fluidez ao jogo da equipa e a “final-four” da Taça da Liga foi o contexto ideal para o seu potencial ficar em evidência. Daniel Podence, também muito utilizado (14 jogos na Liga NOS, três na Taça CTT e um na Taça de Portugal), foi habitual titular pela direita do ataque da equipa. O seu contributo “material” é mais visível que o de Francisco Geraldes (quatro golos marcados e três assistências em 18 jogos) e compensa a baixa estatura com uma velocidade assinalável e uma boa relação com a bola, explorando bem o espaço em profundidade. Embora não tenha disputado os três primeiros jogos da equipa na Taça CTT, desempenhou um papel importante na prova quando as decisões chegaram, participando nos jogos com FC Porto, SL Benfica e SC Braga. A sua capacidade de condução em transição defesa-ataque foram um aspecto determinante para o sucesso coletivo do Moreirense na “final-four” do troféu.

Alcochete – Moreira

Foto: "A Bola"

Foto: “A Bola”

Para compensar a perda de duas peças importantes no esquema da equipa e aligeirar o processo de regresso de Geraldes e Podence, o Sporting cedeu Wallyson (este a título definitivo) e Ary Papel ao clube do norte do país até final da temporada. O brasileiro Wallyson chegou a ser apontado como aposta de Jorge Jesus para a equipa principal na época passada, situação que acabou por não se concretizar. Na primeira parte da temporada, cumpriu um período de empréstimo nos belgas do Standard Liège, mas nunca se conseguiu afirmar e realizou apenas 92 minutos com a camisola do clube. À procura de jogar com maior regularidade, Wallyson viaja para Moreira de Cónegos com o objetivo de render Francisco Geraldes no meio-campo e assinou contrato válido por um ano e meio no último dia do mercado de transferências. Os “leões” optaram por ficar com uma cláusula de opção de recompra que pode ser accionada no próximo verão.

Ary Papel chegou ao Sporting neste mercado de inverno para abraçar o primeiro projeto futebolístico na Europa. Apontado como uma das maiores promessas do futebol angolano, integrou o plantel do Sporting B treinado por João de Deus e chegou a participar em três jogos na Ledman Liga Pro, frente a Portimonense, SC Covilhã e Fafe, sendo totalista em todos. Jogador de caraterísticas ofensivas, atuou sobre a esquerda do ataque sportinguista e vai ter a tarefa de substituir Podence no último terço do terreno. Provenientes de outros destinos (Sheffield e Guimarães, no caso), Sougou e Alex também são reforços do emblema de Moreira de Cónegos.

Boas Apostas!