masters_madrid_courtAntes de voltarem a convergir em Madrid, as principais figuras do circuito mundial espalharam-se pela Europa. De Istambul a Munique, passando pelo Estoril, foi uma semana cheia. Federer venceu na Turquia o seu troféu oitenta e cinco, mas não sem dificuldades. Gasquet regressou de lesão para se sagrar campeão no Estoril e Andy Murray fez história ao conquistar o seu primeiro título em terra batida. Segue-se o Master de Madrid e Djokovic prima pela ausência. Aceitam-se candidaturas.

85º título para Federer

Roger Federer comprometeu-se a ser a figura de cartaz do estreante Open de Istambul e não deixou os seus créditos por mãos alheias. O suíço sagrou-se campeão de uma prova ATP pela octogésima quinta vez, derrotando na final o uruguaio Pablo Cuevas pelos parciais de 6-3 e 7-6. Foi o terceiro troféu da temporada para o número dois mundial – depois de Brisbane e Dubai. Resta saber que implicações terá na sua prestação no Masters de Madrid, onde, graças à ausência de Novak Djokovic, é o primeiro cabeça de série.

Gasquet renasce no Estoril?

O Millenium Estoril Open, apesar de não ter nenhuma figura do top-10, proporcionou bons momentos de ténis. Richard Gasquet venceu o seu décimo segundo título de carreira no novo evento ATP português, batendo com grande classe o novato Nick Kyrgios (6-3, 6-2). O australiano de vinte anos deu espetáculo no Estoril, não penas do ponto de vista estritamente desportivo. Kyrgios reconheceu que estar a disputar a sua primeira final o afetou, tendo acusado a pressão, mas só a presença já lhe dá direito a escalar onze posições no ranking, passando agora a número trinta e cinco. Para Gasquet, que vinha de mais um período de paragem devido a uma hérnia discal, foi muito importante ter vencido da forma que o fez. Conseguir disputar uma meia-final dura, em três sets, ser capaz de gerir o cansaço, não sentir dor e, no dia seguinte, jogar a final contra um adversário muito forte fisicamente, era o tratamento de confiança e autoestima que o “pequeno Mozart” precisava para voltar ao circuito. Foi o primeiro título do francês em terra batida desde que em 2010 se tornou campeão em Nice.

Primeiro para o escocês

Para Andy Murray foi também uma semana vitoriosa. O escocês estreou-se a vencer um torneio em terra batida, em Munique. Na final, adiada para segunda-feira devido às condições atmosféricas, bateu um nativo, Philipp Kohlschreiber, por dois sets a um (7-6, 5-7, 7-6). Não foi nada fácil. O alemão era bicampeão do torneio e só o primeiro parcial – com os jogadores a vencer os respetivos jogos de serviços – demorou praticamente uma hora. O feito de Murray não é só extraordinário para o seu palmarés individual. Foi também o primeiro britânico a vencer uma prova nesta superfície em trinta e nove anos.

Aceitam-se candidaturas

A grande notícia no arranque do Masters 1000 de Madrid é a ausência do número um mundial, Novak Djokovic. O sérvio preferiu saltar a prova espanhola para se preparar melhor para Roland Garros. Sendo que era apontado como claro favorito, a não comparência abre espaço para que outros se cheguem à frente. Federer “herda” o estatuto de primeiro cabeça de série, tendo no extremo oposto do quadro Andy Murray. O suíço tem um percurso traiçoeiro, que vai exigir dele a consistência que não tem demostrado nos últimos encontros em terra batida. E ainda há a questão quanto à sua condição física. Depois da vitória em Istambul só teve tempo para fazer as malas e seguir a em direção a Madrid. Mesmo que consiga progredir até aos quartos de final, vai ser interessante ver como corre o embate com Tomas Berdych, o adversário mais provável. O checo esteve muito sólido em Monte Carlo, onde só foi travado na final pelo inevitável Djokovic. E depois há Nadal. Mesmo já não sendo o rei incontestável não podemos equacionar um torneio em terra batida sem o incluir nos favoritos. Os resultados das rondas iniciais darão boa indicação para percebermos se está apto a enfrentar Dimitrov, Fognini, Giraldo ou, o mais provável, Wawrinka, nos quartos de final.

E quanto à segunda metade do quadro principal? Bem, temos a armada espanhola. São oito só nesta parte, com David Ferrer à cabeça. E há também Nishikori, Raonic, Monfils e Andy Murray. Se o japonês estiver bem, aposto nele para vencer Ferrer nos quartos e Murray na semifinal.