Veljko Paunovic teve trinta minutos para trabalhar aquilo que poderá bem ser a sua principal opção tática para os jogos fora de casa. Recorrendo a um sistema com os três centrais em campo e a frente de ataque entregue aos velocistas Accam e Igboananike, a equipa falhou defensivamente no golo sofrido logo aos três minutos, mas foi capaz de equilibrar as coisas e manter a ideia de perigo constante nas aproximações à baliza adversária.
Das opções de Paunovic, destaca-se o seguinte:
Não se deixem enganar pelos três centrais – ao contrário do que vimos Patrick Vieira fazer com o New York City, os três centrais do Chicago Fire significaram, quase sempre, ter cinco defesas para fechar os caminhos para a sua baliza. Jonathan Campbell, mais inexperiente, ficou com a posição mais fixa, a meio, com Johan Kappelhof a jogar no apoio a um Brandon Vincent muito adiantado e João Meira a fazer a dobra do meio-campo, saindo sempre a quem recebesse a bola no corredor central, fosse Larín, fosse Molino. Harrington estabilizou numa posição mais próxima à do lateral-direito, quase nunca obrigando Meira a cair na faixa. Quando isso aconteceu, Molino escapou-lhe e Larín marcou o golo dos Orlando City.
Um meio-campo de liberdades – Matt Polster tem a confiança do treinador para ser o capitão da equipa e o seu líder em campo. Essa confiança traz-lhe, no entanto, a responsabilidade de segurar os equilíbrios dessa zona. John Goosens pode jogar como um médio de apoio, mas a sua qualidade técnica fá-lo subir muitas vezes, enquanto Arturo Alvarez continua a pensar como um médio ofensivo. Ambos têm a liberdade para ser o terceiro avançado no momento ofensivo, situação possibilitada pelo policiamento feito por Meira e Polster em zonas recuadas. Brandon Vicent aparece, também, como um quarto elemento deste meio-campo, sempre muito colado à faixa esquerda, alargando o espaço de intervenção ofensiva.
Uma prova de sprint – Accam e Igboananike estão entre os jogadores mais rápidos da MLS. O ganês demonstrou-o no golo, recuperando de uma desvantagem enorme em relação a Seb Hines. Com os dois na frente, os Fire terão sempre opções para o que lhes surgir em contexto de jogo, ora seja o passe longo, em busca da corrida nas costas dos centrais, ora seja a participação num ataque mais organizado, privilegiando a capacidade de ambos surgirem nas faixas laterais. Em Orlando, esta segunda opção ainda não foi tão explorada como Paunovic o desejará, mas contem com isso para as próximas semanas.
Em suma, o aparato tático de Veljko Paunovic permitiu uma rápida melhoria à equipa de Chicago, sendo claro que existe já um plano para os jogos fora. No entanto, no Toyota Park, os jogos poderão pedir outras ferramentas que o técnico sérvio, pelo que se viu no jogo com os New York City, ainda terá que encontrar.