No final de mais um ano civil, é momento de escolher algumas figuras que marcam esta data, preparando-nos para um outro em que o Mundial de Futebol centrará, por certo, todas as atenções.
O fim da guerra Cristiano Ronaldo vs Messi
Cristiano Ronaldo ganhou mais uma bola de ouro e promete dar luta para conquistar mais algumas. Lionel Messi é reconhecido como o melhor jogador do mundo. Não há uma luta entre os jogadores do Real Madrid e do Barcelona para que um se superiorize ao outro. A maturidade fê-los perceber que correm por objetivos diferentes. Uma coisa têm garantida, fazem parte da história. Cristiano Ronaldo quer continuar a acumular títulos, pessoais e coletivos, até quando lhe restarem forças. Lionel Messi aprofunda o seu conhecimento do jogo, sentindo que 2018 lhe trará a última oportunidade de conquistar um grande título com a Argentina. A luta destes dois gigantes não é feita contra ninguém, apenas com eles próprios.
Os golos de Harry Kane
Maurício Pochettino definiu muito bem o feito de Harry Kane, que no ano de 2017 foi o jogador que mais golos marcou. Pela primeira vez na última década, há um nome diferente, para lá de Cristiano Ronaldo e Messi, no topo desta lista. Sendo muito importante para o jovem avançado inglês, que tem demonstrado, na Premier League, não haver um limite para a sua capacidade de marcar, será, talvez, mais importante o futebol mundial, que volta aos tempos em que é possível ter dúvidas sobre quem será o homem golo do ano que aí vem.
O mercado desregulado
Neymar e Mbappé no Paris SG como os dois jogadores mais caros de sempre. Mesmo a fechar o ano, van Dijk no Liverpool como o defesa mais caro da história do futebol. O dinheiro gasto em aquisições não tem um seguimento lógico no rendimento que cada jogador apresenta nas suas equipas (ainda que nada exista a apontar a Neymar e a Mbappé na sua estadia parisiense), criando muitas vezes situações de pressão que prejudicam mais do que ajudam. No entanto, apesar do fair-play financeiro instituído pela UEFA, não há sinais de que o mercado caminhe para a sua regulação. O que não faz sentido com o ponto seguinte.
O “analytics” chegou, não há volta a dar
Depois de 15 anos de trabalho desenvolvido de forma mais ou menos conhecida, este foi o ano em que vários clubes assumiram, de maneiras diferentes, a introdução da ciência da análise nas suas estruturas, com as principais equipas a não deixarem de trabalhar com a mais alta tecnologia na ajuda à tomada de decisão. Uma das consequências deste movimento, é o apurar do grau de acerto nas transferências, nas escolhas técnicas, na prevenção de lesões, no reconhecimento dos adversários. Avança-se para um futebol mais centrado num pensamento aprofundado sobre as suas realidades.
O jogo joga-se dentro do campo
Mesmo que, um pouco por todo o lado, se insista em procurar razões externas para justificar, sobretudo, as derrotas, o jogo joga-se dentro do campo. Se a vossa atenção está focada no ruído que se cria em volta dele, lamento dizer-vos, estão a dar atenção a algo que não é futebol. Mas, se for, dentro das quatro linhas continua a revelar-se uma das grandes possibilidades de recriar a vida num ambiente controlado. É isso o jogo. É isso aquilo que queremos dele em 2017.
Um bom ano novo!